ATA DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 18-03-2002.

 


Aos dezoito dias do mês de março do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Clênia Maranhão, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Ainda, durante a presente Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Décima Primeira Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Cassiá Carpes, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 042/02 (Processo nº 1110/02); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nº 039 e 040/02 (Projetos nº 1099 e 1100/02, respectivamente) e o Projeto de Resolução nº 059/02 (Processo nº 1074/02); pelo Vereador Paulo Brum, o Projeto de Resolução nº 061/02 (Projeto nº 1087/02). Também, foi apregoado Requerimento firmado pela Vereadora Sofia Cavedon, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 257/01 (Processo nº 3843/01). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 130 e 131/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se sobre a entrega, a este Legislativo, do Balanço Geral da Administração Direta, relativo ao exercício dois mil e um. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul, que se manifestou sobre proposta de remoção de camelôs que exercem suas atividades nas ruas de Porto Alegre, realocando-os em prédios localizados no Centro da Cidade, solicitando o apoio deste Legislativo no que tange à adoção de medidas que viabilizem o trabalho e a geração de empregos na Cidade, bem como à revitalização do Centro de Porto Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Clênia Maranhão, Nereu D'Avila, Luiz Braz, Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, Sebastião Melo, João Carlos Nedel, Paulo Brum, Adeli Sell e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell referiu-se a denúncias formuladas por Sua Excelência em pronunciamentos anteriores, acerca da atuação de guardadores ilegais de automóveis que exercem suas atividades nas imediações da Praça Marechal Deodoro, afirmando estar recebendo ameaças desses guardadores e informando que solicitará proteção policial para Sua Excelência. Também, criticou o pronunciamento efetuado pelo Senhor Moacir Gutierres de Souza, durante a Tribuna Popular de hoje. A seguir, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando fosse imediatamente realizada reunião do Colégio de Líderes com técnicos em telefonia celular, a fim de avaliar as Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01 (Processo nº 4434/01), tendo os Vereadores Reginaldo Pujol e João Antonio Dib formulado Questões de Ordem a respeito e a Senhora Presidenta informado que a referida reunião seria realizada por ocasião do ingresso na Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol abordou aspectos alusivos à aplicação das normas constantes no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental - PDDUA, notadamente no que se refere à permissão de funcionamento de casas noturnas em áreas da Cidade classificadas como residenciais, comentando situação afim verificada nas Ruas André Puente e Gonçalves de Carvalho e propugnando por uma fiscalização mais efetiva quanto ao assunto, por parte do Executivo Municipal. O Vereador Sebastião Melo contraditou declarações prestadas à imprensa pelo Senhor José Eduardo Utzig, Secretário Municipal da Fazenda, relativas às medidas adotadas por Sua Excelência no sentido de fiscalizar a atuação administrativa do Executivo Municipal, tecendo críticas à atuação dessa Secretaria no que tange à cobrança de tributos inscritos em dívida ativa e informando que solicitará a presença, na Casa, de representantes da referida Secretaria, a fim de esclarecer o assunto. A Vereadora Sofia Cavedon defendeu a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, referido-se ao resultado das eleições prévias promovidas por esse partido, que indicaram o Senhor Tarso Genro como candidato ao cargo de Governador do Estado nas próximas eleições. Também, manifestou-se sobre os efeitos propiciados pela instalação de uma montadora de automóveis Ford no Estado da Bahia. O Vereador Pedro Américo Leal teceu considerações sobre o conceito de "Estado Democrático de Direito", reportando-se às normas constitucionais que versam sobre a organização do Estado Brasileiro, os direitos e garantias fundamentais e a harmonia e independência dos Poderes da União. Também, analisou as atribuições dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, destacando a necessidade de que as funções estatais sejam exercidas em prol de toda a sociedade brasileira. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, discordou da orientação recebida pela Brigada Militar por parte da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, notadamente quanto à atuação dessa corporação durante incidente verificado entre policiais militares e integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB - no dia doze de março do corrente, em Pinhal da Serra - RS, no qual quatro manifestantes e um policial ficaram feridos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni teceu considerações sobre Projeto de Lei de autoria de Sua Excelência, que institui no Município a Semana Educativa de Combate à Obesidade Mórbida, destacando a importância dos debates realizados por ocasião do I Seminário O Papel do Poder Público no Tratamento da Obesidade Mórbida, realizado neste Legislativo no dia quinze de março do corrente e solicitando o apoio da Câmara Municipal de Porto Alegre para a aprovação da referida proposta. O Vereador Raul Carrion reportou-se ao transcurso, no dia vinte e cinco de março do corrente, dos oitenta anos de fundação do Partido Comunista do Brasil, informando a realização, nas dependências do Palácio Aloísio Filho, de exposição atinente à trajetória dessa agremiação partidária e registrando que o período de Grande Expediente da Décima Sexta Sessão Ordinária será destinado a homenagear essa agremiação partidária. Também, externou sua contrariedade ao aumento verificado no preço dos combustíveis vendidos no País. O Vereador Luiz Braz comunicou ter recebido documentos fornecidos pelo Senhor Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul, relativos à situação vivenciada pelos camelôs em Porto Alegre, tecendo críticas à Prefeitura Municipal de Porto Alegre pelo modo como vem lidando com a questão. Também, aludiu ao aumento verificado nas tarifas de fornecimento de água em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum discorreu acerca do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero – Viva Mulher, implementado pelo Ministério da Saúde conjuntamente com o Instituto Nacional de Câncer - INCA, cujo lema intitula-se “Declare seu amor a você mesma”, enfatizando que esse programa tem garantido às mulheres acesso a tecnologias médicas indispensáveis para o tratamento do câncer e lesões precursoras desta doença. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 022 e 035/02, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib; o Projeto de Resolução nº 057/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Ervino Besson; o Projeto de Lei do Executivo nº 018/02, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/02, discutido João Antonio Dib e João Carlos Nedel; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 001/01 e 002/02, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/02, os Projetos de Resolução nºs 051, 052, 056 e 058/02, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 025 e 030/02, este discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Ervino Besson e Luiz Braz, o Projeto de Lei do Executivo nº 014/02; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 180/97, 293 e 295/01, 001, 009, 015, 023 e 029/02, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 026 e 027/01, o Projeto de Resolução nº 050/02, o Projeto de Lei do Executivo nº 013/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza pronunciou-se contrariamente à idéia de que seja aumentado o número de vagas na Câmara Municipal de Porto Alegre, manifestando-se acerca dos subsídios recebidos pelos Senhores Vereadores. Também, tecendo críticas às políticas administrativas e sociais adotadas pelos Executivos Estadual e Municipal, discursou sobre as eleições prévias para escolha do candidato ao Governo do Estado realizada pelo Partido dos Trabalhadores - PT. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações acerca das prévias realizadas pelo Partido dos Trabalhadores - PT, na qual o Senhor Tarso Genro foi escolhido candidato dessa agremiação partidária ao cargo de Governador do Rio Grande do Sul nas próximas eleições, chamando a atenção para as repercussões desse pleito na campanha eleitoral ao Governo do Estado. Também, procedeu à análise da administração do Senhor Olívio Dutra no que tange à implantação de políticas de segurança pública. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib procedeu à leitura de documento firmado pelo Senhor Rossano Biazus, Promotor de Justiça da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, datado do dia dezoito de março do corrente, o qual comunica o ajuizamento de ação civil pública junto à 1ª Vara da Fazenda Pública - 2º Juizado, referente ao reajuste da tarifa de água praticada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia refletiu sobre as repercussões, junto aos membros do Partido dos Trabalhadores, do resultado do processo eleitoral realizado por esse partido a fim de escolher o candidato que concorrerá às eleições para Governador do Estado do Rio Grande do Sul. Também, dissertou sobre os critérios utilizados pelos eleitores brasileiros na escolha de candidatos para ocupar cargos públicos eletivos nos âmbitos municipal, estadual e federal. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Beto Moesch, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Desembargador Montaury dos Santos Martins, falecido no dia quatorze de março do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn traçou um comparativo entre o projeto de governo do Senhor Olívio Dutra e o resultado das prévias para escolha de candidato ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul realizada pelo Partidos dos Trabalhadores - PT. Também, externou sua contrariedade ao cumprimento parcial do mandato do Senhor Tarso Genro, Prefeito Municipal de Porto Alegre. O Vereador Estilac Xavier discursou sobre os critérios adotados pelo Partido dos Trabalhadores - PT, no que se refere à escolha do candidato que concorrerá ao cargo de Governador do Estado no próximo pleito eleitoral, ressaltando o caráter democrático das eleições prévias realizadas ontem. Também, discorreu acerca do projeto político implementado pelo PT à frente do Governo Estadual e aludiu à participação da comunidade no Programa de Orçamento Participativo. O Vereador Luiz Braz, reportando-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Estilac Xavier, contestou as afirmativas de Sua Excelência no que tange à aprovação, pela sociedade gaúcha, do projeto político desenvolvido pelo Partido dos Trabalhadores à frente do Executivo Estadual. Ainda, analisou as políticas públicas implementadas pelo Senhor Tarso Genro, Prefeito Municipal de Porto Alegre, especialmente no que se refere à realização de investimentos na área de assistência social. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento verbal, solicitando a alteração de termos constantes no pronunciamento do Vereador Luiz Braz, o que foi deferido pelo Senhor Presidente, após a anuência do Orador. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se a respeito das eleições prévias realizadas pelo Partido dos Trabalhadores, com o intuito de definir o candidato desse partido ao Governo do Estado, examinando criticamente a conduta adotada pelos Senhores Tarso Genro e Olívio Dutra durante essa campanha. Também, teceu considerações acerca da possibilidade de assunção do Senhor João Verle ao cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre e discorreu sobre os prováveis efeitos desse fato na Administração do Município. O Vereador Raul Carrion parabenizou o Partido dos Trabalhadores pela condução democrática das eleições prévias ocorridas ontem, ressaltando o prestígio popular dos candidatos que disputaram esse pleito. Ainda, traçou um comparativo entre as políticas públicas praticadas durante o período em que o Senhor Antônio Britto governou o Estado do Rio Grande do Sul e o programa sócioeconômico desenvolvido pelo atual Governo, especialmente no que diz respeito à manutenção de empresas estatais. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando informações acerca da tramitação do Projeto de Decreto Legislativo nº 001/02 (Processo nº 0949/02) e requerendo a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Após, o Senhor Presidente comunicou que, em virtude de ter obtido Parecer pela rejeição em todas as Comissões Permanentes pelas quais tramitou, a Emenda nº 11, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01 (Processo nº 4434/01), não será apreciada pelo Plenário, nos termos do artigo 19, II, “l”, do Regimento e informou que os trabalhos da presente Sessão seriam suspensos, para a realização de reunião, no Salão Nobre da Presidência, entre a Mesa Diretora, o Colégio de Líderes e segmentos da comunidade, a fim de analisar as Emendas apostas ao Projeto de Lei Executivo nº 034/01 (Processo nº 4434/01). Às dezessete horas e trinta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Às dezoito horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Helena Bonumá e Paulo Brum e secretariados pela Vereadora Helena Bonumá. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, a apresentação do relatório anual tem sido momento de festa, de confraternização entre o Legislativo e o Executivo e a data seria dia 15 e eu não vi essa confraternização e sei que nesse momento foi anunciada a entrega, na Casa, do relatório financeiro do ano passado. Então, eu quero apresentar o meu protesto ao Executivo pelo não-cumprimento de uma regra de boa convivência. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos. Tratará do assunto revitalização do Centro e situação dos camelôs.

 

O SR. MOACIR GUTIERRES DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar pedimos desculpas pelo atraso, pois a categoria optou por vir a pé, fazendo um manifesto, ordeiramente, como é o nosso hábito. Infelizmente vemos hoje passeatas com desequilíbrio e anarquismo nesta Cidade. E nós, como somos a categoria dos verdadeiros trabalhadores, queremos chegar a esta Casa e pedir aos Srs. Vereadores da Comissão que nos ouçam, nós temos a certeza de que vamos colaborar bastante com esta Casa.

Ouvindo alguns Vereadores e a própria população, que está confusa com a história do shopping, alguns Vereadores explicaram que esse shopping seria para arrumar a desordem, a desorganização em que se encontra o Centro de Porto Alegre, com o que nós concordamos e não aceitamos também essa vergonha, essa desordem em que se encontra Porto Alegre. (Palmas.) Nós gostaríamos que esta Casa formasse uma Comissão, colocamo-nos à disposição, que caminhem no Centro da Cidade e vejam toda a verdade que, eu tenho absoluta certeza, esta Casa não tem conhecimento. Hoje, pela manhã, eu ainda conversava com o Presidente do SINDILOJAS, e, no Seminário do SINDILOJAS, foi convidado o Sindicato SCAPO, eles não tinham conhecimento de que esse Sindicato não existe, é o Sindicato que hoje discute com o Poder Público, parece até brincadeira, mas isso vem de muito tempo, é um Sindicato que não existe. Eu já passei a documentação para a Comissão, tenho mais documentos aqui, esse Sindicato foi impugnado por duas ou três vezes, mas insistem em negociar com esse Sindicato. Esta Casa é do povo; a maior democracia que existe é o Legislativo. Pedimos e imploramos a atenção desta Casa. Nós não queremos nada mais, nada menos do que trabalho; não queremos nada mais, nada menos do que assegurar o direito de trabalho de pessoas que, se vocês observarem, têm idade avançada e não teriam como arrumar serviço em outro local. Então não é essa a democracia que está acontecendo na SMIC, haja vista que esse Sindicato nunca negociou com a SMIC, nunca foi chamado para negociar e aí está a categoria.

Agora, que o Centro virou uma baderna, está incontrolável, isso é verdade; nós também queremos acertar o Centro, porque até os verdadeiros ambulantes estão sendo prejudicados; agora, o responsável por isso aí vai ter que aparecer. Eu não mando ninguém entrar lá para dentro. Eu acredito que os Vereadores, pela responsabilidade que têm, não fazem isso. Nós vemos aqui ex-Secretários da SMIC, pessoas que se indispuseram quando retiraram alguém, certamente não foi um ato muito simpático, mas foi um ato muito sério e responsável. Eu tenho certeza de que esta Casa não sabe o que está acontecendo dentro da SMIC. Quem é que coloca alguém ali? Se essas pessoas vêm de pára-quedas, eu acho que tem que haver uma Comissão séria, chamar essas pessoas e perguntar: “Meu filho, tu chegaste aqui como? Alguém te mandou?” Eles vão dizer; se eles estão lá sem autorização, só há um caminho. Nós não estamos aqui falando de trabalhadores, estamos aqui passando a imagem de que o Centro está desorganizado, o Centro está incontrolável, e nós não somos culpados. Essa culpa está caindo sobre os verdadeiros ambulantes, que têm uma história, de pai para filho, e já têm até netos trabalhando ali. Isso não pode acontecer.

Gostaria, também, Srs. Vereadores, de entregar a opção da categoria para a Comissão. Foi entregue um documento no qual a categoria deveria se pronunciar pela opção. Então, a opção está toda aqui. Eu gostaria de entregar para o Presidente dos trabalhos ou para o Presidente da Comissão. Também solicitamos à Câmara de Vereadores que tente entrar mais nesse assunto, porque eu cheguei à conclusão de que não está muito certo, os Vereadores não estão bem esclarecidos do que se quer, pois não é justo tirar quem está regularizado e deixar dois mil que não estão regularizados no Centro. Isso aí não se justifica.

A classe de ambulantes é uma classe regulamentada; Sindicato em 1941, regulamentado pelo então Ministro Antonio Prieto, em 1974. É uma classe regulamentada. No momento em que entrarem, eles deixam de ser o que são e aí é uma questão séria. Mudar o caminho, a idéia, o pensamento de um cidadão é uma coisa muito complicada. Daí se torna uma coisa quase que obrigatória. Nós, que lutamos tanto, saímos para as ruas: “Diretas Já”, “Democracia”, hoje, vemos toda essa confusão aí sobre democracia. Na democracia, para mim, vence a maioria. Infelizmente, a minoria tem de se curvar para a maioria. E a maioria, hoje, não quer sair e acha que ali é seu caminho. Nós estamos falando nos regularizados, não podemos mais confundir ambulantes. O Centro – torno a dizer – está incontrolável, virou uma bagunça. Mas não somos os culpados e também queremos acertar o Centro da Cidade. Quem é o responsável, hoje, é o Poder Público – a SMIC, a Prefeitura. Nós queremos o diálogo.

Então, pedimos aos Srs. Vereadores que, por favor, nos dêem essa atenção, que nos ajudem, porque não estamos invadindo nada, não estamos invadindo propriedades - que é hábito, hoje, neste País -, nós estamos invadindo o nosso direito de trabalho. E a categoria só veio aqui pedir para os Srs. Vereadores para continuar no seu local de trabalho. Queremos que esta Câmara fiscalize por que o Poder Público vem, há anos, negociando com um sindicato ilegal e deixa de usar a democracia e de negociar com o verdadeiro Sindicato, cuja documentação tenho aqui e já está na Comissão, e vou passá-la ao Sr. Presidente, porque há alguma coisa estranha. Lembro-me que falava com uma Vereadora do partido de situação, numa ocasião, e ela me disse: “Não, não é bem assim, a gente não sabe”. Mas como não é bem assim? O documento está aqui. Não sei o que não é bem assim. Eu acho que documento é documento. Infelizmente, nós não podemos escolher quem é o Prefeito desta Cidade nem quem é o Governador, vai a maioria. A maioria é quem manda. Nós sabemos que todo o governante tem oposição, só que a oposição tem que ter o seu equilíbrio de saber respeitar aquele que foi escolhido pelo voto popular. Existe presidente, lá, que deve ser respeitado, e muito nos estranha que pessoas que muito lutaram pela democracia, muito pediram a democracia hoje esqueçam, virem as costas para os trabalhadores, para as pessoas que usam a democracia. Isso é estranho! Chegamos a esta Casa, independente de bancada; estamos à disposição de algum Vereador que queira mais algum detalhe sobre a documentação. Nós não estamos aqui com agressividade, com nada, o pessoal está ordeiro, uma coisa linda, difícil hoje de se ver numa categoria, porque o que se vê aí é invasão, é quebra-quebra, é destruição, e nós estamos aqui ordeiramente, solicitando e pedindo trabalho, que já é nosso, que já foi conquistado há anos. É isso que esta categoria pede.

Solicito, mais uma vez, que os Vereadores nos ajudem, é um momento difícil, é um momento complicado, parece que a coisa vai na marra e acho que na democracia não é assim. Há Vereadores de situação, do próprio Governo, pessoas que acho que acreditam bastante na democracia. Nós estamos aqui à disposição para conversar e para explicar os motivos por que sermos a favor ou contra. Eu gostaria de dizer que esta é uma classe trabalhadora, de pessoas que aprenderam a fazer aquilo, pois, certamente, com a sua idade, dificilmente poderão aprender a fazer outras coisas. Nós queremos dizer que está aqui a nossa opção: nós estamos pedindo a permanência no local, que tem de ser arrumado, mas arrumar não é tirar.

Estamos à disposição de qualquer diálogo para a nossa permanência, e estamos junto com o Poder Público, com outros segmentos da sociedade, com a revitalização do Centro, agora, regularizar o Centro é mexer nos irregulares, nos clandestinos, naqueles que alguém botou, e, para quem os botou, chegou o momento de assumir: “Eu os coloquei”, e aí é problema deles. Todo mundo sabe que nunca deu certo mexer naquele local e ele está sendo tomado novamente por novos ambulantes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convido o Sr. Moacir Gutierres de Souza para fazer parte da Mesa.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, quero saudar o Sr. Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul; quero também saudar os trabalhadores ambulantes de Porto Alegre que se fazem presentes nas nossas galerias e que, organizados em sua categoria, vêm a esta Casa, na defesa dos seus direitos e das suas reivindicações. Sr. Moacir Gutierres, na qualidade de Presidente da Comissão de Direitos Humanos, tive a oportunidade de receber do senhor as documentações que comprovavam a sua legítima representação destes segmentos. Sei que a Comissão de Direitos Humanos da Casa já acompanhava esta questão por intermédio de seu ex-Presidente Ver. João Bosco Vaz, e, seguramente, nós prosseguiremos cumprindo o papel desta Comissão de intermediar uma negociação para a garantia de uma solução para a trágica situação do Centro de Porto Alegre. Acreditamos que isso é decorrência da falta de uma política de planejamento para o Centro de Porto Alegre, o que tem gerado, inclusive, uma série de dificuldades para o exercício dos trabalhos dos senhores e das senhoras, pois, conforme apresentaram a nossa Comissão, alguns já trabalham naqueles pontos há mais de vinte anos. Também é importante a informação que o senhor traz, na condição de Presidente, elucidando a população de Porto Alegre sobre a diferença entre os camelôs cadastrados, alguns com vinte, trinta anos, com pontos de trabalho no Centro da Cidade, diferentemente de aproximadamente mais de duas mil pessoas que ocupam todos os lugares, inclusive no meio das ruas da Cidade, impedindo o trânsito de mais de um milhão de pessoas no Centro de Porto Alegre.

Quero parabenizar o senhor pela presença, por sua luta e dizer que também vou encaminhar, amanhã, à Comissão à qual presido, para que possamo-nos deslocar ao Centro de Porto Alegre para, mais uma vez, vermos de perto a situação do Centro da Cidade para podermos dar uma contribuição para a solução desse problema. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul, senhoras e senhores que nos honram com as suas presenças, nesta tarde, aqui na Câmara Municipal, eu posso dizer que conheço essa problemática, seguramente, há mais de dezesseis anos, quando estabelecemos, em 1986, um critério de permanência no Centro, já naquela época. Então, fizemos um cadastro e fixamos uma data. Muitos tiveram que deixar o Centro. De lá para cá - o Presidente disse muito bem -, houve centenas de novas pessoas que, por algum motivo - não vem ao caso no momento -, estão lá.

Mas, neste momento, o que eu quero, em nome das Bancada do PDT, deixar muito claro? Primeiro, o Sindicato... Já naquela época havia um Presidente, que faleceu, e o Moacir, aqui presente, foi eleito e até hoje reeleito sucessivamente, portanto tem legitimidade. Quanto ao outro Sindicato, não vou entrar no mérito, mas, no mínimo, não tem a legitimidade que tem esse Sindicato e o apoio que tem, que está aqui.

Segundo, há pessoas aqui que, já naquela época, quando fui Secretário da SMIC, de 1986 a 1988, já estavam no Centro e lá permaneceram. Portanto, já vão lá dezesseis anos que eu sei que eles estavam lá.

Terceiro, o importante nessa história é que pode-se até dizer que a intenção do Executivo seria válida com o shopping se houvesse um referendo, um plebiscito, e que os camelôs que estão aqui há quinze, vinte ou vinte e cinco anos ou mais, no Centro, quisessem ir para o shopping. Não é o caso. Qual é o caso? É que esse documento que foi entregue ao Presidente José Fortunati é uma opção que quer que não seja uma opção; uma obrigação que tem de ser assinada. Por último, o que eu disse e repito aqui e que é absolutamente correto: com a crise que há hoje no Brasil, tirar os antigos dali... É evidente que outros vão-se estabelecer e tirar a vaga de quem está legitimamente lá, praticamente há vinte anos.

Por isso a nossa solidariedade e a solução deve ser buscada junto a esta Casa e junto com quem de direito; não à força, a mando militar, que muito me estranha, numa Administração que se diz popular e democrática. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Sr. Moacir Gutierres de Souza, que é o Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul, e dizer que este problema todo se deve exatamente pelo engodo que nós temos vivenciado nos últimos tempos, de um partido político que está no poder e que resolve dizer que participação popular é a consulta única e exclusiva àquelas entidades formadas pelos seus militantes. Quando um sindicato ou uma associação de bairro não é presidida pelos militantes desse Partido, então, essas pessoas não merecem consideração. E, agindo assim, esse Partido acaba indo para os meios de comunicação e, com o dinheiro público, diz que é o Partido da Participação Popular, que é o Governo da Participação Popular, quando “participação popular” não existe em absolutamente nada. Basta algum segmento da população contrariar os seus interesses e, aí, ele não merece ser parceiro em nenhum diálogo. Esse tipo de administração é típico das grandes ditaduras em todas as partes do mundo. Mas eu cumprimento V. S.ª e todos os seus companheiros que vieram até aqui tentando furar esse bloqueio, tentando modificar essa idéia, tentando dizer não a essas pessoas que não querem ouvir a população e não querem fazer a verdadeira participação popular.

Eu tenho certeza absoluta de que atos como esses, de pessoas como os senhores e as senhoras, corajosos, que vêm, que se expõem e que reivindicam aquilo que acreditam ser o legítimo direito de cada um, ações como essas é que vão fazer com que as coisas possam se modificar e que a legítima “participação popular” ainda realmente possa se dar nesta terra. Mas, por enquanto, nós vivemos realmente sob o regime ditatorial, onde as entidades que são formadas e que não comungam dos mesmos direitos e dos pensamentos do Governo realmente não merecem ser ouvidas.

Parabéns a vocês pelo grande trabalho que estão realizando. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr. Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul. Na realidade, a sua preocupação é também a nossa. O Centro é um caos! Falta vontade política desse Governo. E os senhores agora terão que tratar com o Vice-Prefeito, porque o Prefeito, a partir de abril, não estará mais, e prometeu os quatro anos. Penso que falta realmente vontade política. Quero congratular-me com V. Ex.ª e dizer que aqueles que estão cadastrados têm o seu direito - e eu também compro lá nos camelôs -, têm de permanecer, têm de se organizar, têm que ter um padrão de comportamento no Centro, e são aquelas pessoas que geralmente conhecemos.

A sua preocupação é justa: há que se moralizar o Centro, há que se organizar o Centro; e nada melhor do que começar pela sua categoria, que é a mais prejudicada neste momento. Quando nós falamos em desorganização, é daqueles que não estão cadastrados, aqueles que estão em toda periferia e, principalmente no Centro da Cidade, que estão prejudicando o trabalho dos senhores e o comércio lojista do Centro da Cidade. Então a organização do Centro é uma coisa lógica. O que falta, volto a frisar, é vontade política. O Centro é fácil de controlar; do lado de lá não há entrada, que é a Av. Mauá; há a entrada da Rodoviária, da Av. João Pessoa, da Av. Borges de Medeiros; é fácil controlar o Centro, na sua entrada e no início da manhã, mas falta vontade política. Quando querem, prendem aqueles que são os desorganizados, os que sonegam.

Portanto, quero parabenizá-lo pela sua presença aqui, e eu também pertenço à Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor, estamos preocupados, desde o ano passado, e, agora, com a sua presença aqui, o senhor vem relatar aquilo que nós já sabíamos: a desorganização, o caos do Centro e a falta de vontade política desse Governo que está aí. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr. Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio dos Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes do Estado do Rio Grande do Sul, seja bem-vindo. Eu gostaria muito, primeira colocação, que algum integrante, ou integrantes do MST estivessem nesta Casa hoje para aprender como se reivindica, com educação, como estão fazendo aqui neste momento essas pessoas que representam os vendedores ambulantes, que são eles mesmos, os vendedores ambulantes; educação, aplicação daquilo que realmente nós queremos. A questão disso tudo é cumprimento de promessa. O Prefeito Tarso Genro disse que o problema dos camelôs também seria atacado por ele nos primeiros meses do seu governo. Vai sair em abril, e vai deixar o problema para o João Verle. O que gostaríamos de expressar é o seguinte: a aplicação do direito é a ação mais ágil e definitiva que deve tomar a SMIC. Os camelôs cadastrados que fiquem nos seus lugares adquiridos de direito através dos tempos, e os camelôs novos, os que estão surgindo, que estão enfeando, bagunçando, que estão anarquizando as ruas de Porto Alegre, que vão para o shopping que deve ser criado pela Prefeitura. (Palmas.) O Partido Humanista da Solidariedade agradece suas presenças e, mais uma vez, cumprimenta esses homens e mulheres que aqui estão cadastrados para serem camelôs, que exercem a sua profissão há muito tempo pela educação, pela postura, pelo jeito como estão reivindicando os seus sagrados direitos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento, por cessão de tempo do Ver. Fernando Záchia.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Moacir Souza, Presidente do Sindicato dos Ambulantes, essa é uma matéria recorrente, que não chega a esta Casa hoje; ela vem de tempo, e nós precisamos, ao analisar essa questão, ver que o nosso País vive uma crise muito grande. Os ambulantes, centenas deles, como esses que estão e os que não estão aqui, dependem umbilicalmente desse trabalho justo e digno para sua sobrevivência e de suas famílias. Primeiro, quero cumprimentar essa categoria pela sua bravura, pelo seu trabalho. Na verdade, há uma falta de vontade política de resolver essa questão. O Governo da Frente Popular é um Governo que tem discurso para tudo e também para essa área. O Sr. Tarso Genro, que não quer mais ser Prefeito, que se elegeu com os votos dos porto-alegrenses, dizendo que iria ficar quatro anos, mas que vai deixar a Prefeitura agora no dia 5 de abril, já foi Prefeito outrora, de 1992 a 1986, e tinha um discurso para encaminhar essa questão, porque é atinente ao Poder Executivo encaminhou essa matéria. Mas não há uma vontade política, porque a revitalização do Centro não é uma questão apenas dos camelôs, mas também dos camelôs. O que não se pode é maltratar quem está cadastrado, quem conseguiu isso com muita justeza e critérios, em detrimento daqueles que, sem nenhum critério, alojaram-se no espaço dos que tiveram critério para isso. A verdade é que não há vontade política do Executivo. A Casa tem discutido e as Comissões temáticas devem ampliar esse debate, já que isso não será resolvido apenas num debate de Plenário. A Câmara de Vereadores tem sido parceira, assim como a Mesa Diretora e todas as suas Comissões serão parceiras para que possamos resolver esse assunto, porque essa matéria – como já disse – não é de hoje e não terá uma solução amanhã também. Friso que o Governo da Frente Popular tem um discurso para revitalizar o Centro, para incluir as pessoas, mas no fundo, ele não quer resolver essa questão e não tem tido firmeza nessa matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Gostaria de, em nome do Partido Progressista Brasileiro, composto pelos Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal, Beto Moesch e este Vereador, dar as boas-vindas ao Sr. Moacir de Souza, Presidente do Sindicato dos Vendedores Ambulantes. Sempre é importante um contato da comunidade com a Câmara de Vereadores. Os senhores vêm aqui nos trazer novidades e informações importantes. Por exemplo, eu não sabia da ilegalidade do outro sindicato. Já foi uma informação extremamente importante para mim. O senhor disse que a situação do Centro é insustentável e incontrolável, e que isso não é bom para ninguém. Parabéns pela sua análise, é importante que todos reconheçamos isso.

Sou autor do Projeto de Lei dos shoppings populares, que ainda tramita nesta Casa desde abril de 2001. Gostaria de ouvir a contribuição do Sindicato sobre esse projeto, as alterações, as emendas, a aceitação ou não, porque é importante que esta Casa seja muito bem esclarecida. Logo após, passarei às suas mãos cópia deste Projeto para a sua análise. Mais uma vez, dou as boas-vindas e concordo com o senhor. A situação do Centro é insustentável, precisa de uma solução. A Câmara, que representa a sociedade, está muito interessada nessa solução. Parabéns! Seja bem-vindo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Paulo Brum está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sem sombra de dúvida, vocês irão ouvir da Bancada do Partido dos Trabalhadores que o grande culpado de tudo isso é o Governo Federal. A manifestação deles irá iniciar por esse item. Na verdade, quem incentivou a ocupação desorganizada do Centro da Capital foi o Partido dos Trabalhadores quando assumiu o Governo do Município. Como bem falou o Ver. Nereu D’Avila, havia um planejamento já em 1986, mas quando a Frente Popular assumiu, criou-se toda essa desorganização no Centro da Capital.

Por representar a classe das pessoas portadoras de deficiência, recebemos, quase que diariamente, reclamações de pessoas com defeito físico, que utilizam cadeira de rodas e cegos, que têm dificuldade em transitar no Centro da Capital. Por outro lado, também recebemos manifestação de ambulantes deficientes físicos, ambulantes cegos que também estão preocupados com a possibilidade de deixar o seu local de trabalho. Penso que deve haver uma grande discussão, já me coloco à disposição, como integrante da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, para ouvi-los e buscar o melhor encaminhamento para todos. Parabéns! Continuem nessa luta, que sairão vencedores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, gostaria de dizer que somos solidários com a proposição do Ver. João Carlos Nedel, que propõe a criação do shopping do povo, porque nós precisamos dar guarida àqueles que querem, efetivamente, trabalhar, no entanto, nós também somos responsáveis pela Cidade, mas não somos os primeiros nem os únicos, porque, antes de nós, passaram por Porto Alegre um conjunto de governos de vários partidos políticos. Nós temos aqui Prefeitos e Vereadores que já estiveram em várias funções públicas e inclusive na SMIC. Portanto, os problemas do Centro vêm de muito tempo, e nós queremos resolvê-los. Nós não podemos ser tolerantes, porque a população nos cobra, todos os dias, sobre a privatização do espaço público. Por isso, nós queremos um espaço fechado, como ocorre em muitas cidades do País. Inclusive, nos momentos em que as galerias não estão lotadas aqui muitos Vereadores vão à tribuna para dizer como são bonitas as cidades de Blumenau, Curitiba e Recife onde os camelôs foram alocados em shoppings populares. O nosso discurso é o mesmo na tribuna da Câmara, mesmo quando vem o Vereador Moacir, de Viamão, quando vier qualquer outra pessoa ou quando largamos um folheto na rua. Nós vamos combater também todo nível de ilegalidade que cometem no Centro da cidade de Porto Alegre, porque, junto com isso, nós já vimos que são feitas várias ações e muitos dos chamados camelôs, que estão hoje nos Centro, estão nas mãos de setores organizados que fornecem mercadorias, e na verdade as senhoras e os senhores são trabalhadores informais sem carteira assinada, estão no sol, na chuva, enquanto alguns bacanas têm esses armazéns, têm esses locais que fornecem as mercadorias para as senhoras e para os senhores. Pela liberdade para todos, mas com a dignidade que o povo merece. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, a nossa saudação ao Sr. Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes do Estado do Rio Grande do Sul, em nome de quem saúdo a todas as pessoas que aqui vieram trazer as suas presenças para prestigiar a sua vinda aqui.

Quando, no ano passado, fui Presidente da CUTHAB, a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, pela primeira vez, esta Casa passou a participar da Comissão da Revitalização do Centro que se reúne para tratar estas questões. E lá sempre enfrentamos o discurso simplista que procura lançar sobre os ambulantes a culpa da desorganização do Centro, que também - nesta Casa, nós vemos, muitas vezes - são suscetíveis aos argumentos do empresariado do comércio, que trata muitas vezes o ambulante quase como um delinqüente. Queremos dizer que a nossa posição tem sido uma posição sempre de entender esta questão como uma questão social, fruto de uma situação onde, hoje, 60% da população vive na informalidade, onde o comércio ambulante é uma escapatória para o desemprego crescente neste País. Queríamos também dizer que é um problema extremamente complexo e que nós estamos, a Bancada do PC do B inteiramente à disposição do Sindicato e da categoria para, juntos, traçarmos uma solução para o problema. Contem com o PC do B. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradecemos ao Sr. Moacir Gutierres de Souza, Presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes e Comércio Varejista de Feirantes no Estado do Rio Grande do Sul, pela sua presença, ocupando, nesta oportunidade a Tribuna Popular.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão para as despedidas. (Palmas.)

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h58min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 14h59min): Estão reabertos os trabalhos. Solicitamos à Sr.ª 1.ª Secretária que proceda à leitura das proposições encaminhadas à Mesa.

 

(A Sr.ª 1.ª Secretária procede à leitura das proposições.)

 

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Raul Carrion.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço ao Ver. Raul Carrion pela troca deste tempo. Eu sou obrigado a vir a esta tribuna mais uma vez para fazer algumas graves denúncias. Há tempos eu fiz uma denúncia aqui sobre um problema que nós tivemos com um “flanelinha” na Praça da Matriz, inclusive procuramos o Conselho Tutelar, tivemos de acionar o Ministério Público para que essa criança fosse tirada da praça. Não bastasse aquela feita em que meu carro foi danificado, dois pneus foram furados, agora, mais uma vez, eis o que acontece com esse tipo de ilegalidade na cidade de Porto Alegre: eu tive meu carro com suas placas pintadas de preto. (Mostra fotos.) Todo dia, quando eu chego na Praça da Matriz, tenho de ouvir essas pessoas que fazem malefícios a todos nós, extorquindo as pessoas que lá estacionam, e eu moro naquela região, e nós somos inclusive ameaçados de morte. Há um processo aberto pela Secretaria do Palácio...

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Ver. Adeli Sell, vou suspender o tempo de V. Ex.ª um pouquinho para pedir às pessoas que estão saindo do Plenário que façam menos ruído para que possamos garantir a fala do orador que está na tribuna. Obrigada.

 

O SR. ADELI SELL: Portanto, aqui está mais uma prova contundente do que acontece. Eu já abri um processo na Polícia Civil, vou dar continuidade; nesta semana vou, pela última vez, procurar a Secretaria de Segurança Pública do Estado porque eu tive a possibilidade de, num diálogo com a Secretaria de Segurança, abrir esse processo.

Agora, para mim, chega! A minha vida está em perigo. Eu vou pedir proteção policial a partir do dia de hoje, vou usar inclusive este pronunciamento meu e as questões que eu levei para a delegacia de polícia na sexta-feira à noite. É impossível ficar à mercê de uma pessoa que está o tempo inteiro alcoolizada, fazendo ameaças às pessoas na Praça da Matriz. É uma questão dolorosa, para mim, vir aqui, porque se trata de uma questão que me diz respeito pessoalmente. Mas, como eu venho combatendo um conjunto de ilegalidades no Centro da Cidade, e eu chamei o 190 três vezes neste final de semana, no sábado, esse mesmo sujeito que fez isso comigo espalhou para todos os “flanelinhas” do Centro da Cidade que eu tinha feito uma ocorrência policial. Nós não podemos estar à mercê de marginais, temos de fazer esse enfrentamento. Nós temos visto uma série de irregularidades no Centro da Cidade.

Há pouco tivemos um período de Tribuna Popular onde o Presidente do Sindicato, que é Vereador de um partido em Viamão, veio aqui fazer demagogia, fazendo enfrentamento conosco. Ele deveria estar combatendo, sim, as ilegalidades, o desvio de cargas roubadas. Por que não veio aqui dizer que foi bom a SMIC ter ido lá, naquele hotel, na Rua Voluntários da Pátria, e mostrar o fornecimento de material ilegal? Por que esse cidadão não vem aqui para dizer que teve uma banca cassada no Centro e que vive fazendo futrica no Centro dizendo que o Adeli não pode mais andar no Centro porque é contra os camelôs? Por que não vem aqui? Por que se esconde atrás da sua carapuça de Vereador de Viamão e aqui se traveste de Presidente do Sindicato, ficando aqui no Plenário? Nós vamos às últimas conseqüências. Este Vereador não vai se calar, porque tem combatido as ilegalidades! Mas não será com ameaças que tenho sofrido, porque isso aí é uma coisa orquestrada feita por um “flanelinha” e mais gente. E eu não vou me calar porque tenho uma vida a preservar! Tenho uma família a preservar, mas não será com esse tipo de ameaça que vão me calar. Não vão me calar!

Quero dizer que, de hoje em diante, vou pedir proteção policial. É exatamente isso, Ver. João Bosco Vaz. Nós não podemos conviver com esse tipo de coisa. A TV Câmara foi fazer um trabalho no Centro; há muita gente honesta, muita gente decente, mas há gente no Centro que faz a balbúrdia desta Cidade! Aqui nós não iremos tolerar que esta tribuna seja usada para a manipulação de pessoas pobres que não têm carteira assinada e que são escravas de uma máfia existente no Centro. Isso nós não vamos aceitar, não vamos tolerar! Porque, de hoje em diante, eu irei a todos os cantos das Cidade para dizer que, na cidade de Porto Alegre, Cidade que é exemplo para o mundo inteiro, existem pessoas que não aceitam a democracia, são intolerantes, não aceitam que um Vereador faça o seu mandato popular, e para isso nós não vamos nos calar, não haverá ninguém que possa fazer alguma coisa para que nós não levemos adiante, nós vamos levar até as últimas conseqüências. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr.ª Presidenta, nós, hoje, temos que continuar votando o Projeto das Estações de Rádiobase.

São vinte Emendas, seis Subemendas, e eu solicitaria permissão a V. Ex.ª para que as Lideranças, mais o Ver. Juarez Pinheiro, mais o representante da comunidade e representantes das empresas pudéssemos nos reunir, sem interrupção da Sessão, na Sala da Presidência para que pudéssemos definir essas Emendas todas com tranqüilidade.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Ver. João Antonio Dib se há acordo entre as Lideranças, nós também compreendemos que há um quadro bastante complexo de Emendas e que são necessários esclarecimentos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Eu acho que a postulação do Ver. João Antonio Dib tem relevância, o que não me impende de ver uma dificuldade de operacionalização no seu Requerimento, porque, na medida em que ele requer que se reúna o colégio de Líderes simultaneamente com a Sessão, cerca de três a quinze Vereadores terão de se afastar, e isso cria, indiscutivelmente, problemas de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): A sugestão, Ver. Reginaldo Pujol, é de que se faça durante a Ordem do Dia?

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr.ª Presidenta, eu concordo, nós faremos então a suspensão dos trabalhos no início da Ordem do Dia e teremos quórum, e em poucos minutos talvez nós possamos resolver o problema. Sou grato.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Certo, eu acho que aí há acordo, no início da Ordem do Dia, portanto, suspenderemos os trabalhos e as Lideranças poderão se reunir para verificar essa matéria.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores, nós estamos vivendo presentemente um quadro novo na Cidade de Porto Alegre. E não estou me referindo ao processo eleitoral, estou me referindo à implementação objetiva do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental na Cidade, o qual, a meu entendimento, deveria ser objeto de revisão no ano em curso. Ocorre que as interpretações diversificadas a respeito do Plano instituído, ao final de 1999, começa - a toda a hora e a todo o instante - ter conseqüências concretas.

Agora mesmo, a comunidade que reside no entorno da Rua André Puente e Gonçalves de Carvalho, enfrentou, ao final do mês de fevereiro, uma situação muito especial e que, evidentemente, merece a atenção desta Câmara Municipal. O Ver. Isaac Ainhorn, que milita neste Legislativo há longo tempo, já teve o ensejo de participar, há algum tempo, de uma luta organizada pela comunidade do Bairro Bom Fim, no sentido de que uma atividade que havia sido instalada na Rua Garibaldi, viesse a ser suspensa por ação judicial promovida pelos moradores do bairro. Nós temos uma situação absolutamente concreta com a permissão que o Plano Diretor da Cidade contém para que se instale, em áreas predominantemente residenciais, algumas atividades que com freqüência vêm colidir com o interesse da comunidade. Uma delas é as chamadas casas noturnas que se ocuparem o espaço físico inferior a 200 metros de área computável, ficam plenamente autorizadas a ali funcionar. Isso gerou essa distorção a que estou me referindo, com a tentativa de reinstalação de uma casa noturna de Porto Alegre, muito conhecida pelas situações de desconforto que criou no Bairro Bom Fim, no passado, que é o Elo Perdido, que buscou-se instalar na Rua André Puente, 441.

Felizmente, a comunidade, alertada, tomou algumas providências que nos permitiram, em tempo hábil, demonstrar à Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, à Secretaria Municipal de Obras e Viação, às Secretarias Municipais envolvidas no processo de licenciamento dessas atividades de que a instalação dessa casa noturna se dava num prédio com mais de 200m2, na mais absoluta clandestinidade, de vez que essa área foi locada e, posteriormente, desenvolveu-se um processo de ajustamento do imóvel para a finalidade pretendida, sem que para tanto houvesse licenciamento por parte do organismo municipal. Felizmente, alertada, a fiscalização do Município coibiu a abertura dessa casa noturna, deixou a atividade em suspenso. A luta da comunidade prossegue, no sentido de, uma vez por todas, obstar o licenciamento dessa atividade naquele bairro, obstando que clínicas, colégios e hospitais tenham que ter essa coexistência absolutamente inadmissível, especialmente se considerarmos que aquele logradouro tem vias bastante estreitas, não oferecendo a menor possibilidade de estacionamento da via pública. Certamente, se viesse a se instalar essa atividade, seria em prejuízo da comunidade local e da comunidade da circunvizinhança, especialmente aqueles que têm filhos no Colégio Bom Conselho e aqueles que se valem dos serviços médicos do tradicional Hospital Moinhos de Vento, localizado na Rua Ramiro Barcelos, por conseguinte a poucos metros do local onde se pretendia ver instalada essa atividade. Neste primeiro momento, contamos com a cobertura da fiscalização do Município, esperamos continuar contando, porque se trata de uma situação absolutamente inaceitável de se instalar essa casa noturna nesse equipamento urbano em desconexão absoluta com a área residencial e, sobretudo, ocasionando desconforto para os moradores e transtornos gerais para o trânsito local e também para o trânsito da circunvizinhança. Era isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, na sexta-feira, em função da votação do Projeto envolvendo as estações de radiobase, o período de Comunicações foi transferido para hoje. E eu que estava escalado para falar na sexta-feira, falo hoje o assunto que ia abordar naquele dia.

Ao longo desse um ano e pouco como Vereador da Cidade, tenho recebido muitas denúncias, críticas de desmandos na máquina pública municipal. E tenho feito aquilo, Ver. Pedro Américo Leal, que entendo que tenho de fazer. Quando entendo que é questão do Tribunal de Contas, levo para o Tribunal de Contas; quando é do Ministério Público, eu levo para o Ministério Público; quando entendo que tenho de entrar na Justiça, entro na Justiça. Acho que isso é fazer uma oposição, fiscalizando aquilo que o povo nos delegou.

Hoje, ao ler os jornais Zero Hora e Correio do Povo, vejo que o Secretário José Utzig está classificando uma cobrança que estou fazendo de leviana e irresponsável. Pois eu quero dizer ao Secretário Utzig - que é uma figura que eu respeito muito pela sua trajetória como Secretário da Fazenda, como militante do Partido dos Trabalhadores - que eu conheço muito bem esta tática da Frente Popular, de querer desqualificar o debate. Toda a vez que se traz à tona um assunto sério, o oponente vai lá e tenta desqualificar o seu opositor para dizer “o assunto não é sério”. Pois eu quero devolver ao Secretário Utzig que leviandade, para mim, é aquele que foi eleito para cumprir quatro anos de mandato e está entregando o cargo no dia 6 de abril. Isso, para mim, é leviandade e irresponsabilidade! Eu quero dizer que irresponsabilidade, para mim, Secretário Utzig, é aquele que tem 250 milhões de reais na dívida ativa do IPTU e não cobra. E o que eu trago a esta tribuna é extremamente grave.

Em 1993, Ver. João Antonio Dib, esta Casa aprovou uma lei do grande Ver. Pedro Ruas. Essa Lei, que recebeu votação unânime desta Casa, Lei nº 311, inclui o sistema financeiro como aquele que também tem de recolher o ISSQN. Pois bem, a Prefeitura, que tem um discurso de inclusão social, que tem um discurso a favor dos pequenos, que tem um discurso sempre na defesa inarredável da cidadania, é a Prefeitura que cobra dos pequenos. O comerciante lá da vila popular, lá do Sarandi, lá de Belém Novo, do Campo da Tuca, se não pagar o ISSQN, sabe aonde que ele vai, Ver. Pedro Américo Leal? Para o Fórum Central na Vara da Fazenda Pública. O Governo Municipal não tem esta mesma agilidade com as empresas financeiras.

Essa Lei é de 1994 e de 1994 para cá várias empresas não recolheram um centavo de ISSQN. E posso citar o nome delas, está aqui: Sólidos, Pila Corretora, Diferencial, BANRISUL, Mattone, Corretora Geral, Geração Ltda. Só num auto de infração dá 8 milhões de reais.

A Lei é de 1994, do Ver. Pedro Ruas, e elas só foram notificadas em 1997. Portanto, em três anos o governo não fez absolutamente nada, e agora, depois que notificou, há cinco anos dormem na gaveta da Secretaria da Fazenda os recursos administrativos. Então, isso, para mim, é que é leviandade.

Quero dizer ao Secretário que vou propor amanhã, na Comissão de Finanças e Orçamento, que venha a esta Casa o diretor de arrecadação da Secretaria, que venha o diretor de fiscalização da Secretaria, e que venham com os documentos, porque, senão, não vai resolver, a não ser que o governo chegue aqui e diga que há uma medida judicial que dá guarida para que essas empresas do sistema financeiro não recolham o ISSQN. É uma contradição monumental, e até sei o porquê da irritação do Secretário. É muito difícil, para ele que tem esse discurso de defender os pequenos, de defender a inclusão social, de um governo que mente todos os dias para o povo de Porto Alegre, e é um governo que está aliançado com os banqueiros.

Vejo, nesta tribuna, todos os dias, o discurso, grosso, contra os banqueiros, contra o neolliberalismo, mas, quando estão, efetivamente, no exercício da vida pública, o que é que acontece? Aliançam-se com os banqueiros.

Vamos propor a convocação, inicialmente, desses dois cidadãos, que venham com os papéis, a não ser que o governo me diga, por favor, por que isto aqui é de 94 e só foi notificado em 97, e, até hoje, dormem os recursos administrativos?

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª já teve pronta resposta do nosso Secretário e V. Ex.ª vai ter dificuldades em explicar esse pronunciamento, porque V. Ex.ª sabe que o processo administrativo tem andamento, e quando ficar provado pelo governo, V. Ex.ª vai ter de retirar cada uma dessas expressões que foram usadas aqui. Portanto, V. Ex.ª está desafiado por esta Liderança a provar que isso que está dizendo da tribuna corresponde aos fatos que V. Ex.ª está vindo denunciar.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Pois eu aceito o desafio; se V. Ex.ª vier a esta tribuna e me mostrar que de 1994 a 1997 essas empresas foram autuadas, eu retiro todas as palavras que falei aqui. Eu retiro todas as palavras que eu disse aqui se for comprovado que de 1994 a 1997 essas empresas foram autuadas, e se de 1997 até agora esses recursos foram julgados, a não ser que a Prefeitura esteja muito bem de dinheiro e não precise dos 8 milhões. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.ª Presidenta, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, é bom quando a oposição tem de vir aqui e nos ajudar a arrecadar mais, preocupada em ver Porto Alegre arrecadar mais. Nós nos orgulhamos de fazer gestões que têm muita responsabilidade com a coisa pública e que trabalham sem dar benefícios, sem ter privilégios para “a” ou “b”, que têm demonstrado tanto em Porto Alegre quanto no Estado do Rio Grande do Sul que é capaz, sim, de sanear, e capaz de manter o nível de investimento que os cidadãos da Cidade e do Estado merecem.

Nós estamos prontos para disputar o Governo do Estado novamente, para reconduzir o projeto vigoroso e vitorioso que colocamos em curso neste Estado. Já temos o nosso candidato, escolhido num processo exemplar de militância, de mobilização, de vida democrática de um partido. Quarenta mil filiados votaram nas prévias desse domingo, participaram, aguerridos, de debates, discutiram o Estado que estamos fazendo e definiram que Tarso Genro será o nosso candidato, e com ele nós iremos reconduzir um programa que é vitorioso. E é desse programa que quero falar um pouco: é um programa que não é baseado em abrir mão de impostos. Pelo contrário, é um projeto e um programa que enfrentaram corajosamente a questão da Ford; que disseram não à rapinagem da Ford, pelo que fomos muito criticados.

No entanto, nos chegam notícias da Bahia, onde anda a Ford. Um Professor do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal da Bahia, o Prof. Iberê Luiz Nodari, preocupou-se em nos passar um relatório sobre o que está acontecendo com a Ford lá. Classifica a postura dela de senhorio, de avarenta, uma postura que submete o Estado a uma postura que combina com a idéia de “não pergunte à Ford o que ela pode fazer com a Bahia, mas sim à Bahia o que pode fazer pela Ford”.

Diz ele que toda a Ford e mais os sistemas que fornecem materiais para ela não contrataram mais do que vinte engenheiros formados na Bahia; que nenhuma relação a Ford estabeleceu com a escola politécnica, que tem os cursos de Engenharia, que poderia fornecer mão-de-obra; que para a Bahia restam os baixos salários, os postos mais simples e com os salários muito abaixo dos da Região Metropolitana de Salvador ou de São Paulo; que a Ford está a 55 quilômetros da primeira cidade e que não oferece transportes e que oferece parca assistência médica, como as outras empresas oferecem aos seus funcionários. Pelo contrário, exigiu da Prefeitura de Camaçari que construísse uma ciclovia para os seus funcionários, de baixo salários, para irem de bicicleta para lá.

Fala dos empregos criados, que foram empregos para o exterior. Para uma das empresas, a de pintura, todos os funcionários vieram do México e dos Estados Unidos, que estão comprando casas e morando lá. Para os baianos resta servir cafezinhos e fazer a limpeza.

As concessões que o Estado da Bahia fez à Ford são escandalosas. Ela exigiu financiamento de capital equivalente a 12% do faturamento bruto da empresa. E o que fez ela? Está com o seu pátio - pátio escondido - com milhares de carros produzidos e vindos da Argentina, produzidos na Argentina. Ao comercializar na Bahia - e eles vinham para São Paulo, que é um parque mais próximo - aumenta a sua produtividade, o seu lucro, e o percentual disso é que o Governo do Estado entrega para a Ford: 12% do lucro, não de carros produzidos na Bahia só, mas importados da Argentina.

Esse mundo de dinheiro tem vinte e dois anos para devolver para o Estado da Bahia e poderá ser antecipado com descontos que irão zerar essa bela doação do Estado da Bahia à Ford.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Ex.ª permite um aparte?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Desculpe-me Vereador, não vou conseguir concluir as idéias, se eu lhe conceder um aparte.

Mais: para as obras de infra-estrutura foram usados 31 milhões e dados à Construtora Odebrecht, para construir um porto exclusivo para a Ford, um pátio para seis mil veículos. Quem irá administrar esse porto? Uma empresa norte-americana, a Crowley. E aí vai.

E concluo, Sr.ª Presidenta, dizendo que lá é o maior índice de desemprego deste País, o qual só aumenta. Na Região Metropolitana de Salvador é de 27,5%, enquanto nós, em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana comemoramos 13% de desemprego em Porto Alegre. Não comemoramos, é óbvio, esse desemprego, mas são os índices mais baixos do País; e 14,8% na Região Metropolitana.

Então, o nosso programa está certo, o nosso projeto está certo e ele vai ser reconduzido, com certeza. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Valdir Caetano.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.ma Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores, o que é o Estado Democrático de Direito? Todos falam nele! O que significa esta frase: Estado Democrático de Direito? É a observância da Constituição em todo o seu art. 5.º, os direitos individuais e coletivos dos cidadãos brasileiros, setenta e sete incisos? São os direitos sociais, logo após? Mas, afinal de contas, o que é o Estado Democrático de Direito, de que todos falam? A independência efetiva, real, dos três Poderes que caracterizam a democracia? Será a liberdade de imprensa. Ou tudo isto? O que é o Estado Democrático de Direito? Se é só isto, para que escrever o resto da Constituição? Não precisávamos escrever, teríamos como a Constituição americana, curta, vinte e dois ou coisa que o valha, artigos.

O Presidente da Comissão de Constituição e Justiça me corrige, dizendo que são dezenove artigos na maior democracia do mundo. Obrigado.

Não há de ser a escancarada intromissão do Poder Executivo no Legislativo a todo momento, a troco de verbas, comprando Deputados, para manter a tutela - disfarçada, é bem verdade, através de medidas provisórias. O Estado de Direito é isso?

Eu vim do regime militar, estou bem à vontade para falar. Não é um Judiciário moroso, lento, desequipado, sem efetivo, que mantém nesse caso, agora que estamos lendo nos jornais: oitocentas e quarenta e duas famílias atingidas por inundações de barragens, desajustando seus lares invadidos por hidrelétricas! Não pode ser esse o Estado Democrático de Direito!

Daí o apagão que tivemos. Quem não se lembra do apagão? Tivemos até o Ministro do Apagão, que há pouco tempo atormentou o Brasil. E se não chover? O Brasil ficou eletrizado: chove ou não chove?

Será um Estado Democrático de Direito que viabiliza um Executivo bailante, sub-reptício, interpretando a Lei Eleitoral - sob consulta, é bem verdade, mas alterando em ano de eleição as regras do jogo, Vereador Presidente da Comissão de Justiça?

O que foi a obtenção de votos para a tal reeleição? O que foi a SUDAM, que não seria tocada e nem descoberta se não fosse o escandaloso caso do painel do Congresso, como aqui foi o relógio?

É o Estado Democrático de Direito que oportuniza a uma magistrada de Vara Federal determinar como é que a força policial deve fazer uma operação? Mas como?! A juíza passou além dos chinelos; determinou que o Coronel podia ou não podia usar armamento, balas. Mas como?! Esse é o Estado Democrático de Direito? Suspenda a operação se redundar em lesão. Mas os invasores são muito mais numerosos que o efetivo da tropa empregada? É claro! Temos oitocentos, como é que cem Brigadianos vão, com conversa, por gestos, conseguir alguma coisa?

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Ver. Pedro Américo Leal, o tempo de V. Ex.ª acabou. V. Ex.ª continua com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Não atirem com balas de borracha. Mas quem é ela para dirigir uma operação? Freqüentou, por acaso, uma academia militar para avaliar o emprego da tropa? O limite de um magistrado é o limite do Direito, enquadrado no limite da lei. “Traidor, traidor. Se entrar, não sai!” – disseram isso. Gritava um Deputado e o seu companheiro - por sinal um Frei, um religioso -, que não são atingidos por nenhuma barragem, mas estavam lá. Fazendo o quê? Não sei. Mas traidor do quê? O Coronel é traidor do quê? Será que a Brigada é tropa a serviço de uma das partes, que se decepcionou por não fazer o que pretendia? São da linha campesina, em apoio ao Governador, que saiu em socorro, criticando a sua polícia que cumpria ordens judiciais. Estavam cumprindo ordens. Bonés do MAB – Movimento Anti-Barragens -, foram ter na cabeça do Comandante-Geral da Brigada Militar e do Secretário de Estado – desfilaram de bonés, nunca vi isso!

O quadro é triste. Deixo, até, de emitir a minha opinião. Sinais de desordem evidenciadas e avaliadas pelo resultado das prévias do PT. O PT chegou a uma conclusão: basta, a segurança faliu no Rio Grande do Sul! Ontem mesmo mataram um homem, segurança de uma organização, que tentava trocar o pneu. E matam à vontade na Vila Areia. É esse o Estado Democrático de Direito, essa bagunça?

Há pouco tempo uma Governadora - culpada ou não, deixo de analisar -, pretensiosamente como mulher, ameaçou nas eleições o candidato do Governo. E o que se deu? Um cataclismo! O que aconteceu? Tudo indica, sob a orientação do Executivo! Todos sabem, está em todos os jornais, até um partido político dos mais fortes desgrudou-se desiludido em hora decisiva. É esse o Estado Democrático de Direito?

Acho que não. Se a Juíza determinou uma ordem para cumprimento, fique lá. A forma de executá-la é do poder de polícia. Quem vai executar sabe o que vai fazer. A desorganização é geral sob o manto democrático do estado de direito. E já dizia um pensador: “Quando a arma que atira e mata defende a vida, a liberdade, a ordem, a sociedade e o direito, os santos choram, mas não acusam.” Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr.ª Presidenta, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero falar de um tema que apresentamos a esta Casa na sexta-feira, que é um projeto de lei sobre a Semana Educativa para a Conscientização e Combate à Obesidade Mórbida em Porto Alegre. Na sexta-feira, nós fizemos aqui na Casa um seminário que tratou do tema, e pudemos observar no seminário que existem no Brasil mais de vinte e sete milhões de obesos, sendo que mais de quinhentos mil obesos mórbidos, e, no Rio Grande do Sul, mais de trinta mil.

É nesse sentido que nós com o conjunto das entidades, associações e serviços já disponíveis tivemos aqui uma discussão sobre esse tema e constatamos que apenas dez cirurgias por ano têm cobertura pelo SUS, num universo de trinta mil obesos no Rio Grande do Sul. Este ano teremos vinte e quatro cirurgias cobertas pelo SUS, vinte e quatro cirurgias-ano. Nós entendemos que quem sofre de obesidade mórbida - que é considerada uma epidemia - não tem como ficar com apenas esse universo de cirurgias. Temos que ampliar essas cirurgias para todas as entidades e criar condições para que após a primeira cirurgia de redução do estômago possam ter continuidade as demais cirurgias corretivas.

Tivemos a possibilidade de sensibilizar os órgãos públicos nesse seminário, e foram encaminhadas algumas proposições no sentido de credenciar o Hospital de Passo Fundo, e, no próximo ano, o Hospital de Clínicas, Hospital Conceição e a Santa Casa. Acreditamos que, se não tivermos um trabalho educativo, a cada ano que passa o número de obesos mórbidos vai aumentar. É preciso que nos sensibilizemos com esse assunto para encaminharmos, propormos e até pressionarmos o Poder Público para que venham recursos em nível federal, conforme as necessidades da população.

Nos próximos dias tramitará, nesta Casa, esse Projeto que abre a Semana Educativa de combate à obesidade mórbida. Esse número nos assusta, por isso pedimos o apoio de todos os Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, pessoas que nos assistem, comunidade que está aqui presente para acompanhar a votação das ERBs, representantes das empresas também procurando que nós consigamos hoje aprovar as Emendas mais adequadas para a nossa Cidade.

Eu quero, nesta nossa fala, em nome da Liderança do Partido Comunista do Brasil, o PC do B, em primeiro lugar, comentar sobre a abertura da Semana dos 80 Anos do Partido Comunista do Brasil, o qual, na próxima segunda-feira, dia 25, estará comemorando 80 anos de luta em defesa da soberania nacional, em defesa da democracia, em defesa dos direitos do nosso povo rumo a uma transformação social onde se supere esta sociedade de miséria, de opressão, onde o homem é o lobo do homem e onde a exploração é a condição da felicidade de um pequeno número.

Na abertura desta Semana, nós acabamos de fazer uma singela cerimônia simbólica de abertura de uma exposição contando toda a história do PC do B, com materiais desde as décadas de 20, 30 e 40, o jornal A Classe Operária, que completa 77 anos, a revista Problemas, divulgação marxista, e muitos materiais que eu, como um velho militante do Partido Comunista, muitas vezes, distribuí na calada da noite, na clandestinidade, enfrentando a repressão, sofrendo a prisão, a tortura, o exílio, como tantos outros combatentes do nosso povo. Essa exposição ficará até a próxima terça-feira da outra semana, e também já estou convidando para a grande Sessão que será um Grande Expediente nesta Casa, no dia 25, quando teremos a presença de um companheiro da Executiva Nacional do Partido que receberá a homenagem, e também estaremos entregando o Título de Cidadão de Porto Alegre a este grande combatente da luta do nosso povo que é o João Amazonas que, em primeiro de janeiro deste ano, completou os seus 90 anos.

O fato de o nosso Partido ser o mais longevo do Brasil, com os seus 80 anos, é uma expressão também da necessidade histórica do Partido no nosso País, e também expressa o apoio e a solidariedade dos outros partidos do campo popular e democratas sem os quais o nosso Partido que viveu 63 anos na ilegalidade, proibido pelas elites dominantes, não estaria hoje completando 15 anos de legalidade.

O segundo tema que nós queríamos tratar é denunciar - eu creio que seria o termo mais adequado - o fato de que em único mês, em quinze dias, este País é submetido a um segundo aumento da gasolina: 2,2% no dia 2 de março, e 9,39% no último sábado. E o interessante é que, exatamente, acabaram com o monopólio da PETROBRAS, precarizaram a condição de trabalho dos petroleiros, criaram uma sucessão de acidentes, de mortes, venderam os ativos a preço de banana, entregaram campos de petróleo já descobertos com grandes inversões para as multinacionais e estão privatizando aqui a REFAP, construída com sacrifício do povo. E tudo isso em nome do livre comércio, da liberdade empresarial que levaria à baixa dos preços do petróleo. E o que nós vemos é o contrário, entregaram este patrimônio tecnológico, patrimônio de riqueza do povo brasileiro e, num único mês, houve dois aumentos.

Eu só espero que esses liberais e todos aqueles que quando aumentam a água, quando aumentam o transporte nesta Cidade têm feito verdadeiras caravanas até o Ministério Público e até a Justiça para protestar, espero que se somem, se unam neste protesto que o PC do B faz nesta tribuna contra a entrega do patrimônio nacional, a entrega da PETROBRAS e os escorchantes aumentos que sacrificam o nosso povo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr.ª Presidenta, Ver.ª Helena Bonumá presidindo os trabalhos desta tarde, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras, senhores; eu ouvi, nesta tarde, alguns pronunciamentos brilhantes dos meus colegas deste Plenário, e eu queria fazer referência a alguns deles; quero cumprimentar o Ver. Pedro Américo Leal, que fala no Estado de Direito, muito embora eu discorde em algumas coisas do Ver. Pedro Américo Leal, mas ele não deixou de ser extremamente brilhante em seu pronunciamento desta tribuna. Mas eu me lembro que o primeiro pronunciamento desta tarde foi do Ver. Adeli Sell, e ele pedia proteção para a polícia por causa de problemas com os camelôs. E eu recebia por parte do Presidente do Sindicato dos Ambulantes, que se pronunciou aqui na Tribuna Popular, alguns documentos que são interessantes e que, de repente, deveriam também chegar ao conhecimento da população para que nós pudéssemos fazer uma análise do perigo que o Ver. Adeli Sell e outras pessoas podem estar correndo no contato com os ambulantes.

Imaginem só, a tal de Administração Popular evita fazer contato com o Sindicato dos Ambulantes para tratar da questão do Centro, e elege para fazer contatos um outro sindicato que, foi dito aqui, é ilegal. E foi confirmada essa ilegalidade pelos dirigentes do SINDILOJAS, que estavam aqui presentes assistindo a Sessão, e que não têm nada que ver com os ambulantes, até têm um choque com os ambulantes, e pelo pessoal do Sindicato. Esse sindicato ilegal é presidido por um “cara” que desapareceu, porque está envolvido naqueles contrabandos do Centro, e por isso mesmo teve de desaparecer, e é essa pessoa, esse sindicato que é o contato da Administração Popular para tratar dos assuntos do Centro da Cidade. E aí querem dizer que corre perigo o Vereador? Corre perigo, porque está mal relacionado. Está-se relacionando mal. Quem se relaciona com pessoas dessa estirpe, desse naipe tem de correr perigo! Há que se relacionar bem, há que se procurar um sindicato legalizado para poder se relacionar, aí não vai correr perigo.

E aí ouvi outro pronunciamento fantástico, brilhante do sempre bom Vereador comunista Raul Carrion. E ele veio a esta tribuna, e, como sempre, eloqüente, ele veio falar do aumento da PETROBRAS, porque ele só trata das questões nacionais ou internacionais. Ele evita de falar de Porto Alegre. Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª sabe muito bem que o Ver. Raul Carrion, para ser autêntico ou para ser acreditado, teria de vir a esta tribuna e falar do aumento da água, porque esse, sim, tocou diretamente às pessoas que nós representamos aqui e nisso nós podemos influir. Esse aumento diz respeito ao mandato dos nossos Vereadores. O outro é só política barata, é só comentário. O aumento da água, não! Sobre o aumento da água, tinham de vir aqui esses Vereadores que se dizem amigos do povo – só de brincadeira porque, na verdade, não o são – e explicar aqui por que aumentaram a água, quando não precisava! O Ver. João Antonio Dib já veio, várias vezes, a esta tribuna e disse que todo o dinheiro que está sobrando nos caixas dessa Administração chamada popular. Mas eles precisam tomar mais dinheiro, mas sabe por que, Ver. João Antonio Dib? Isso diz respeito a outro pronunciamento que eu ouvi hoje aqui desta tribuna sobre essas prévias do PT. Eu queria perguntar, e vou fazer um Pedido de Informações, no caso do Município, e vou pedir para que um Deputado faça um Pedido de Informações em nível estadual sobre quanto dinheiro foi colocado nos cofres das empresas de comunicações. Quanto dinheiro é gasto para fazer propaganda, para que as empresas de comunicação gastem folhas e folhas de jornais; gastem um dia inteiro para cobrir essas prévias? Ver. Pedro Américo Leal, nós sabemos que ninguém faz nada de graça! Nós sabemos que aqui no Município, hoje, é gasto quase 15 milhões de reais para se fazer propaganda!? Infelizmente eu tenho que dizer que foi esta Casa que aprovou esse dinheiro. Que foi esta Casa que deu os limites para que eles pudessem gastar fartamente dinheiro com propaganda. Mas, quando nós vamos tomar juízo e limitar os gastos com propaganda!? E lá no Estado são 60 milhões ou perto disso e aí, Vereador? E aí vem falar em escândalo! Querem mais escândalo do que isso! Um ano fazendo campanha antes dos outros partidos! Um ano fazendo campanha sem que os outros partidos falassem absolutamente nada! Isso é um escândalo! Isso é uma vergonha que tem que ser corrigida! Infelizmente eu não vejo os setores mais ligados à imprensa, que são ligados à esquerda se pronunciarem. Todos se calam, porque é uma avalanche de dinheiro para esses veículos de comunicação. Até quando essa Casa também vai permitir que parte dessa avalanche seja aprovada aqui com os votos da maioria dos seus Vereadores? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr.ª Presidenta e Srs. Vereadores; Ver. Luiz Braz, quero cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento.

Na data de hoje foi lançada uma Campanha contra o câncer de colo de útero pelo Sr. Barjas Negri, Ministro da Saúde. A campanha tem por objetivo atender a dois milhões e quinhentas mil mulheres no País, através do Instituto Nacional do Câncer - INCA -, foi apresentado o Programa Nacional de Câncer do Colo de Útero, Programa esse chamado de “Viva Mulher”. A Campanha que será realizada entre a data de hoje até o dia 12 de abril, tem com slogan: “Declare o seu amor por você mesma, mulher!”

O objetivo é atender a dois milhões e quinhentas mil mulheres com idade entre 35 e 49 anos e que nunca fizeram exame preventivo (Papanicolau) ou estão há três anos sem fazê-lo. Essa é a faixa de idade de maior risco para esse tipo de câncer.

O atendimento oferecido às brasileiras é totalmente gratuito e disponível o ano inteiro, nos vinte e seis Estados brasileiros, por intermédio do SUS, com uma rede integrada de sete mil postos de coleta; setecentos laboratórios de citopatologia, duzentos laboratórios de histopatologia; trezentos pólos de cirurgias de alta freqüência e cento e cinqüenta Centros de Alta Complexidade em Oncologia, que têm garantido às mulheres o acesso às tecnologias médicas indispensáveis para o tratamento do câncer e lesões precursoras da doença.

O câncer do colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, tendo, no entanto, 100% de chances de ser curado, se diagnosticado e tratado precocemente.

Segundo as estimativas publicadas anualmente pelo Instituto Nacional do Câncer - INCA -, em 2001 foram registrados dezesseis mil, duzentos e setenta novos casos de câncer de colo de útero. De 1979 a 1998, o número de óbitos cresceu 29% na população feminina. Morrem hoje, no Brasil cerca de dez mulheres por dia, vítimas desta doença. Com o Programa, o Ministério da Saúde pretende mudar esse cenário e permitir acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento da doença ou de lesões precursoras.

O Programa “Viva Mulher”, que teve o projeto-piloto implantado em 1997, foi criado pelo Ministério da Saúde, cujo Ministro era o Sr. José Serra , com o objetivo de reduzir a mortalidade e as conseqüências psicossociais que esse tipo de câncer pode causar às mulheres brasileiras. Nos últimos três anos, foram realizados vinte e três milhões de exames preventivos para câncer do colo do útero e investidos quase 136 milhões em procedimentos do programa de prevenção, que incluem coleta, exames citopatológicos e anatomopatológicos de colo uterino, além de cirurgia de alta freqüência.

Atualmente, o controle da doença é dificultado, sobretudo, por fatores culturais, sociais, econômicos e comportamentais, com o início da atividade sexual antes dos 18 anos de idade; pluralidade de parceiros sexuais; fumo; falta de higiene e o uso prolongado de contraceptivos orais.

No Rio Grande do Sul, as mortes por câncer de colo de útero vêm crescendo desde a década de 80. Em 2000, 6.1 mulheres em cada cem mil morreram de câncer de colo de útero.

Portanto, Sr.ª Presidenta, fazemos este registro de que na data de hoje inicia no País uma grande campanha para banir de vez essa chaga, sem sombra de dúvida, que assombra as nossas mulheres brasileiras.

O Governo Federal, por intermédio do Ministério da Saúde, do SUS, está fazendo a sua parte. Portanto, cabe a vocês, mulheres, fazerem a sua parte, procurando uma Unidade de atendimento de saúde do SUS, esclarecendo que o tratamento é totalmente gratuito, e que, constatado o câncer, todo o procedimento, a medicação, também será fornecida por intermédio do SUS, pelo Governo Federal. Este é o registro que eu faço na tarde de hoje. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): São importantes os dados que o Ver. Paulo Brum traz neste documento. E, sem dúvida, para as mulheres cidadãs da nossa Cidade é uma luta importante que esta Casa, com certeza, acolhe e considera entre as suas principais preocupações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0684/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que dispensa a exigência de Alvará de Funcionamento para Templos Religiosos.

 

PROC. 0962/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 057/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que inclui dispositivos no Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores.

 

PROC. 0970/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/02, que revoga a Lei nº 4.319, de 26 de setembro de 1977.

 

PROC. 0971/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/02, que revoga a Lei nº 3.035, de 30 de junho de 1967.

 

PROC. 0979/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Marcelo Zaffari.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 0789/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que acrescenta parágrafo único ao art. 7º da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0329/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera o § 1º do art. 77 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0372/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/02, de autoria do Ver. Valdir Caetano, que altera a redação do inciso I do art. 70 da Lei Complementar nº 07, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.

 

PROC. 0675/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o título honorífico de Esportista Exemplar ao atleta Carlos Roberto Oliveira.

 

PROC. 0760/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 025/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que dispõe sobre o serviço de canalização de gás no âmbito do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0849/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 056/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. 0779/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 052/02, de autoria da Verª Maria Celeste, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à artista plástica Zoravia Bettiol.

 

PROC. 0806/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/02, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que disciplina a circulação de veículos de tração animal no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 0876/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/02, que denomina Viaduto Jayme Caetano Braun a passagem de nível da Avenida Carlos Gomes, que transpõe a Avenida Nilo Peçanha.

 

PROC. 0975/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 058/02, de autoria da Mesa Diretora, que autoriza a reprodução do brasão oficial da Câmara Municipal de Porto Alegre na lápide tumular da ex-Vereadora Tereza Franco.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 3095/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que obriga a Rede Pública Municipal de Ensino a incluir em seu currículo a disciplina de Educação no Trânsito. Com Emendas nºs 01 e 02.

 

PROC. 4748/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 027/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a proibição do uso de materiais, elementos construtivos e equipamentos da construção civil constituídos de amianto.

 

PROC. 4465/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 026/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que acrescenta o art. 125-A à Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental).

 

PROC. 4558/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 295/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que dispõe sobre os semáforos localizados nos pontos de risco da Capital.

 

PROC. 0001/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 001/02, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que autoriza o Executivo Municipal a abrir concurso público para a confecção de obra artística, alusiva ao Dia Internacional da Mulher.

 

PROC. 0175/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 009/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que altera a redação do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.413, de 20 de dezembro de 1999, que cria o Sistema Funerário Municipal e dá outras providências.

 

PROC. 4538/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 293/01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que dispõe sobre a comercialização de produtos provenientes de programas de trabalho educativo para adolescentes e jovens, coordenados pelo Executivo Municipal ou inscritos no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

 

PROC. 0330/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que proíbe ao Executivo Municipal o corte no fornecimento de água a consumidores.

 

PROC. 0649/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/02, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que dá nova redação a dispositivos da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (4º Secretário)

 

PROC. 0705/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dá nova redação à Lei nº 8.023, de 24 de julho de 1997, que dispõe sobre o reajuste da tarifa do transporte coletivo do Município, e dá outras providências.

 

PROC. 0782/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 029/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que denomina Praça Tito Tajes um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Tristeza.

 

PROC. 0870/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/02, que institui Área Especial de Interesse Social - AEIS II, para regularização do loteamento clandestino localizado na Estrada das Furnas 249, define regime urbanístico e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais uma vez a Pauta está enriquecida. É verdade que hoje tem a metade de Projetos que havia na sexta-feira. Hoje, são cinco Projetos de Lei, sendo que, dois deles, são do Executivo. No primeiro, o Ver. Almerindo Filho quer que dispensem a exigência de alvará de funcionamento para templos religiosos. De repente, os Vereadores nos obrigam a ler as leis que já foram aprovadas nesta Casa. No Código de Posturas do Município, lei de autoria deste Vereador, o seu art. 29 diz: “Nenhum estabelecimento comercial, industrial, de prestação de serviços e de entidades associativas poderá funcionar sem prévia licença do Município. O alvará de licença será exigido mesmo que o estabelecimento esteja localizado no recinto de outros já munidos de alvará. Excetuam-se da exigências desse artigo os estabelecimentos da União, do Estado, do Município ou das entidades paraestatais, templos, igrejas, sedes de partidos políticos, sindicatos, federações ou confederações reconhecidos na forma da lei.” Então, não há necessidade de alvará. Eu até procurei na Lei Orgânica a imunidade que é dada aos templos, mas não tive tempo de ver qual o artigo, mas informarei ao Ver. Almerindo Filho. Então, nós não precisamos dessa lei.

O Ver. Pedro Américo Leal quer fazer uma alteração no Regimento, onde ele cria a Comissão de Segurança. Eu acho, Ver. Pedro Américo Leal, que são tantas as alterações propostas no Regimento desta Casa, que nós precisamos fazer um novo Regimento, porque há, no mínimo, dez processos tramitando e cada um exige uma Comissão Especial. Eu penso que nós devemos fazer um novo Regimento, com uma comissão que não seja de um representante de cada partido, porque são treze e vai ser muito difícil reunir isso aí. Três ou cinco Vereadores apresentam um anteprojeto, que será analisado, sim, por todas as Lideranças, com mais calma.

O Executivo apresenta dois Projetos de Lei. O Executivo parece que opera no mesmo sistema que a EPTC: não entendeu que a fiscalização não é para punir. A fiscalização é para controlar, para ver o que está acontecendo, para ver que problema existe, que a coisa não está funcionando bem. Depois, se não for respeitado o Conselho, que haja punição. E o Executivo quer revogar duas leis que deram utilidade pública à Associação dos Doadores de Sangue e à União Metropolitana de Estudantes Secundários. E quer fazê-lo, porque não prestaram contas. Ora, tanta gente que tem lá, oitocentos e cinqüenta estagiários, peçam que alguém chame, porque, de repente, estudantes trocam a sua diretoria, não transmitem, não sabem. Os doadores de sangue não são pessoas que estão ganhando dinheiro para dar o seu sangue. Chamem e vejam o que está acontecendo, auxiliem; isto é fiscalizar. Não é pura e simplesmente retirar o decreto de utilidade pública. Portanto, fiscalização não é só para punir; é para orientar, em primeiro lugar, depois punir; mas eles já vão punindo. Então, o nosso negócio não é fazer leis, é entender que nós temos leis suficientes, basta que sejam cumpridas. Mas também é preciso entender as leis; é preciso saber aplicar a Lei e não só mandar tornar sem efeito a Lei que decretou utilidade pública para duas entidades que, na realidade têm interesse para a coletividade porto-alegrense.

O Ver. Paulo Brum quer conceder o Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Marcelo Zaffari; tem o nosso apoio, sem dúvida nenhuma, uma pessoa que tem altos méritos para que isso ocorra. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores. Em 1ª Sessão de Pauta o Projeto do Vereador, da minha Bancada, Pedro Américo Leal, que cria em Porto Alegre, na nossa Câmara, a Comissão de Segurança Pública. O Ver. Pedro Américo Leal em seu arrazoado, justificando o seu Projeto, diz muito bem que a maior preocupação dos porto-alegrenses, hoje, é com a segurança pública. O caos na segurança pública é uma realidade e de difícil solução. A nossa Câmara, com esta Comissão, pretende estabelecer um debate, criar medidas e soluções, visando a diminuir ou resolver, o problema de segurança pública.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. João Carlos Nedel, pensar que não temos uma Comissão Permanente de segurança pública na Câmara Federal, tampouco temos uma Comissão Permanente no Senado Federal, e também não temos na Assembléia Legislativa, eu pretendi colocar uma Comissão Permanente nesta Casa. Mas, como ter um efetivo de Vereadores? Esta Câmara tem 33 Vereadores. São muito poucos Vereadores. Esta Cidade tem que ter, no mínimo, 45 Vereadores. Não podemos fazer uma comissão de segurança, e é o tema mais em voga atualmente, mas não podemos ter. De onde é que vamos tirar Vereadores? Eu sei disso, eu fiz a proposta, mas sei que vai ser dificílimo de se fazer a Comissão, porque como vamos dividir os Vereadores pelo número de comissões e ter pelo menos três ou quatro Vereadores? Não temos condições de ter essa Comissão; nós temos de aumentar o número de Vereadores nesta Casa. Estou muito à vontade de dizer isso, porque esta é a minha última eleição, então não estou julgando em causa própria, mas esta Casa tem de ter 45 Vereadores; quer queira o Ver. João Antonio Dib ou não. V. Ex.ª ficou estatelado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Fico realmente pasmo com a falta de segurança em nosso Município, em nosso Estado, cujo assunto V. Ex.ª bem encaminha em hora oportuna para que esta Casa, para que, no Município, reúnam-se esforços especiais para resolver esse problema que assola a nossa sociedade.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, realmente a cidade de Porto Alegre vive dois graves problemas: saúde e segurança. Saúde, porque o Prefeito não quer usar o dinheiro, ele prefere remunerar o dinheiro no sistema bancário, então faz aplicações; segurança, porque não há nenhuma preocupação com isso. Com relação ao aparte do Ver. Pedro Américo Leal, eu acho que a Câmara deveria ter 21 Vereadores.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vejam como esta Câmara é democrática: na mesma Bancada, duas opiniões diferentes; isso é importante. Vereador, o seu Projeto é importante e deve ser muito bem examinado por esta Casa.

Há também em Pauta um Projeto de autoria do Sr. Prefeito Municipal que retira a utilidade pública da UMESPA, dizendo que a União dos Estudantes Metropolitanos mudou-se, não comunicou o novo endereço e não prestou contas daquelas exigências necessárias que a Lei determina para a utilidade pública. No meu entendimento há um problema de troca de correspondência. Eu apelo àquelas pessoas que estão nos assistindo pela TV Câmara e que sabem do novo endereço da UMESPA para que entrem em contato com essa entidade representativa dos estudantes da nossa Capital, a fim de que seja regularizado o assunto junto à Prefeitura, pois assim poderá-se evitar que seja cancelada a declaração de utilidade pública de uma entidade estudantil que presta serviços há tanto tempo a esta Cidade.

Também em Pauta, há um projeto de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que disciplina a circulação de veículo de tração animal no Município de Porto Alegre. Não me resta mais tempo, mas eu gostaria, Ver. Nereu D’Avila, que V. Ex.ª depois mantivesse contato, porque já existe uma lei do Ver. Luiz Braz sobre esse assunto. Agora vem outra de sua autoria. É importante, talvez as duas se completem. É sobre isso que eu gostaria de ser informado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, foi muito oportuna a intervenção do Ver. João Carlos Nedel quando ele levanta a questão de uma lei, uma boa lei que nós votamos e aprovamos. Derrubamos o veto, foi uma lei proposta pelo Ver. Luiz Braz em relação à proibição de carroças em determinadas áreas da Cidade, como o Centro, o Bairro Cidade Baixa e outros, e algumas outras questões. Só que, Ver. João Carlos Nedel, eu lhe informo oficialmente que a Prefeitura, tendo perdido o Veto, entrou na Justiça e ganhou a anulação, praticamente, da Lei. Dos dezenove artigos da Lei do Ver. Luiz Braz, dezessete estão impugnados na Justiça, não existem. Então, a Lei está derrogada. Por isso é que nós tomamos a iniciativa não de repetir a Lei do Ver. Luiz Braz, porque, oportunamente, o Vereador poderá fazê-lo, mas o que nós propusemos é uma lei em relação à proteção de animais, principalmente de cavalos, sobre o que, aliás, o Ver. Adeli Sell e o Ver. Beto Moesch também têm-se pronunciado. Só que o ator global, Ver. Cláudio Cavalcanti, que era de novela, fez uma bela lei que, aliás, o Jornal do Brasil quis glosar e não conseguiu, dizendo que ele tinha aplicado a CLT para os animais. Não é verdade, ele protege os animais, estabelecendo horários de trabalho para estes. E por que não, se nós verificamos aqui um abuso com animais?! Nós que somos do interior conhecemos cavalos magros, às vezes suas costelas estão aparecendo, apanham e ainda carregam um peso enorme nas carroças, com dois, três vagabundos em cima batendo no animal. Então, há que ter proteção, sim, dos animais! E nós, simplesmente, adaptamos a lei do Sr. Cláudio Cavalcanti, que é conhecido porque é da Rede Globo - aliás, é uma boa lei -, e a adaptamos para Porto Alegre. Então, nós não estamos criando nada de novo, estamos, simplesmente, tirando o que é bom. Então, um artigo aqui que é bom diz o seguinte: (Lê.) “O limite da carga a ser transportada, nele incluído o peso do veículo e do condutor, não poderá exceder o peso do animal utilizado na tração”. Ou seja, a carroça mais o peso não podem ser superiores ao peso do animal, além dos que vão em cima do animal. Isso é uma evidência! Outra coisa: tem que usar ferradura, senão arrebentam os cascos do animal. São coisas comezinhas, mas há que ter lei, sim! Outra coisa, no art. 5.º: (Lê.) “Fica estipulada a carga horária máxima de oito horas diárias ou quarenta e oito horas semanais para a circulação de veículos de tração animal.” Aliás, aqui faça-se justiça: aos domingos, os donos de animais – e aí faço justiça a eles –, pelo menos, não usam os animais. E aqui também consta que, aos domingos, os animais têm de ficar em descanso. Então, a Lei é protetora dos animais, principalmente dos cavalos.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nereu D’Avila, eu quero me juntar ao discurso e ao Projeto de V. Ex.ª. Antes de V. Ex.ª subir à tribuna, comentei, rapidamente, que seja pedido o art. 81, porque está-se assistindo nesta Cidade a uma desumanidade, principalmente em cima dos cavalos! Há que se acabar com isso o mais rápido possível! Saúdo V. Ex.ª.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Muito obrigado, Vereador. Outra coisa, nós regulamentamos que tem de haver habilitação. Mas isso é óbvio. Outra coisa interessante aqui é que, no art. 7.º, nós estabelecemos que: “Fica proibida a utilização de animais doentes ou feridos, bem como de fêmeas, prenhes, na tração dos mencionados veículos.” Para isso nós autorizamos, no art. 9.º, o Poder Executivo: “Fica autorizado o Poder Executivo a criar uma comissão, integrada por médicos veterinários, que, anualmente, examine e cadastre os animais, atestando o seu estado de saúde. Diz o parágrafo único: “A comissão emitirá laudo próprio, no processo de habilitação a que se refere o § 1.º, do art. 2.º desta Lei, bem como nos casos mencionado no art. 7.º.” Ou seja, que também seja regulamentada a questão de animais feridos, e isso só os médicos veterinários é que podem dizer ou fazer. Para isso a Prefeitura, depois, está autorizada a criar uma comissão e ter essa fiscalização.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Uma pergunta: nesse Projeto de Lei que V. Ex.ª elaborou, existe alguma especificação sobre as rodas da carroça não poderem ser de madeira, terem de ser pneus?

 

O SR. NEREU D’AVILA: Deixe eu verificar, Vereador, aqui diz: “Para fins desta Lei, são considerados veículos de tração animal quaisquer meios de transporte de carga (carroças e similares) ou de pessoas (charretes e similares).” Não fala, especificamente, se é de pneus ou não. Se isso é importante, eu até solicitaria a V. Ex.ª uma emenda. Exatamente estou falando neste momento para chamar atenção dos meus pares para que apresentem emendas, para que, enfim, façamos uma lei protetora dos animais.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: Isso torna mais leve.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Muito obrigado pelas colaborações, Vereadores Pedro Américo Leal e Ervino Besson, e também agradeço a V. Ex.ª, Sr. Presidente pelos poucos segundos que passei do meu tempo, mas me considero satisfeito porque os Vereadores estão interessados que se proteja não somente as pessoas, mas também os animais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, pessoas aqui presentes. O Ver. Pedro Américo Leal quer aumentar o número de Vereadores na Câmara Municipal de Porto Alegre. Ver. Fernando Záchia, não é demagogia o que eu vou falar, e eu gostaria que os Vereadores e os Deputados não tivessem vencimentos, trabalhassem de graça, reduzindo o expediente de 6, 8 horas, para apenas 3 horas por dia. Falei com sinceridade. Cada um tem a sua profissão, exerçam suas profissões e venham aqui sem ganhar nada para servir à cidade de Porto Alegre. É o que eu penso, e votarei a favor, se aparecer essa lei na minha frente.

Eu não tenho nada, absolutamente, nada com o Partido dos Trabalhadores. O que ele faz ou deixa de fazer, com respeito às suas decisões partidárias, e muito menos decisões da sua militância que, indiscutivelmente, é uma das mais ativas da política da América do Sul. Agora, tenho, sim, com promessas que não são cumpridas e que me deixam profundamente triste, pois eu sonho com a feitura neste País de uma política com mais seriedade, voltada para o social, em primeiro lugar, e depois para os partidos políticos. O resultado da prévia petista para escolher um candidato do Partido ao Governo do Estado escancara para mim duas realidades: primeira, o Prefeito Tarso Genro é um homem que não cumpre palavra dada. Esse negócio de palavra de gaúcho desvia a história feita pelo povo deste Estado, sempre cumpridor de suas promessas, bastando a palavra para documentar o cumprimento feito. Isso o PT não faz, decididamente não faz. Segundo, o próprio Partido dos Trabalhadores não aprova o Governo do Sr. Olívio Dutra, pois seus colaboradores diretos votaram contra a sua permanência no Piratini, se é que ele iria ganhar as eleições de 6 de outubro. E uma das coisas mais abomináveis no ser humano é a falta de palavra e o não-cumprimento de promessas feitas em campanha. Tarso Genro afirmou que iria cumprir os quatro anos de mandato, e pouco me importa se é ele, o Olívio, o Verle, seja quem for o candidato do PT – não me interessa, mas usou, sim, a Prefeitura, os votos dos porto-alegrenses como trampolim para suas maiores aspirações políticas, pouco se importando com o eleitorado que nele votou para Prefeito. E não me venham com essa história de que tem Vereador que vai ser candidato a Deputado Estadual, a Federal ou a Senador, pois não ouvi de nenhum deles que não seriam candidatos a outros cargos maiores e que iriam cumprir os quatro anos de mandato nesta Casa, como disse o Sr. Tarso Genro pleiteando a Prefeitura de Porto Alegre. Nesse processo eleitoral petista, a cidade de Porto Alegre ficou abandonada com o Prefeito buscando votos na militância para tentar o Piratini, e o Estado ficou órfão com o atual Governador procurando apoio para permanecer no Palácio. É profundamente lamentável que a política do PT seja essa de colocar acima da Cidade e do Estado os interesses partidários de seus líderes e militantes. A ordem é o poder, e pelo poder o PT faz qualquer coisa, custe o que custar. Vou cobrar agora do Sr. João Verle que cumpra o que prometeu o Sr. Tarso Genro, que disse acabar com os meninos de rua nos primeiros seis meses na Prefeitura ou vou cobrar do Governador, daquele que é candidato ao Piratini? Ouvi hoje o Sr. Tarso Genro justificando a sua corrida ao Governo do Estado, dizendo que este é um outro momento e que quando ele afirmou que ficaria quatro anos na Prefeitura, o Partido não estava precisando dele para representação em busca de cargo maior no Estado. Conversa mole para boi dormir! Assim é fácil justificar perante o eleitorado decisões partidárias. Isso é normal para quem entende que o eleitorado esquece fácil as promessas de campanha. Repito: não tenho nada com o PT, com o que ele faz ou deixa de fazer partidariamente, mas tenho, sim, com esta minha tristeza de acompanhar as manobras desse Partido que está no Governo e que, em busca do poder, esquece suas palavras de campanha. E o que é muito pior, não cumpre palavra. A coisa mais feia no homem é não ter palavra. A falta de palavra no homem escancara, para mim, a fragilidade da personalidade, da pessoa que tem obrigação de ser responsável pelos seus atos, assumindo postura de dignidade e transparência para com aqueles que nos elegem e que esperam da gente decência política, no mínimo.

E, para encerrar, e a Brigada Militar? Continua sendo destruída; continua sendo enxovalhada, desrespeitada com punições e transferências sem justificativas. O que é mesmo que o Governo quer fazer com essa instituição militar de mais de um século e meio? O que é afinal? Ter na Brigada Militar apenas aqueles homens que rezam a cartilha do Partido? Afastar o comandante da operação da invasão da barragem de Pinhal da Serra, apoiando os invasores, mostra, mais uma vez, que o PT gosta de invasões, gosta de guerrilheiros, gosta de seqüestradores. O Fórum Mundial provou isso. Quanto mais bagunça, desrespeito à autoridade, melhor para o PT. Isso é profundamente lamentável. E pior do que lamentável, é perigoso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sobre o Projeto de Lei em Pauta no dia de hoje eu já pedi um aparte ao Ver. Nereu D’Avila, e repito nesta tribuna que ele, depois de respeitar os dias, conforme reza o nosso Regimento, que ele peça o art. 81 para votarmos o mais rápido possível o seu Projeto. Já fiz um pronunciamento, na semana passada, aqui desta tribuna, vou mais uma vez alertar esta Casa e as pessoas que nos assistem pela TV Câmara e as pessoas que nos honram aqui nas galerias, todos vão ser testemunhas do que vou dizer, porque eu tenho a certeza de que muitos de vocês assistem à brutalidade que acontece nesta Cidade, os maus-tratos com os nossos animais, principalmente com os cavalos. Depois que nós perdemos a grande batalhadora Palmira Gobbi, grande defensora dos nossos animais, praticamente essa área ficou abandonada. Quando fui diretor da CEASA, criamos ali um local com um grupo de pessoas que, diariamente, atendia aos cavalos, ali há muitas pessoas que vão comprar ou vender e se utilizam da tração animal.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª falou em Palmira Gobbi, ela me deu muito trabalho como Chefe de Polícia e Secretário de Segurança, buscando, procurando aliviar os animais, tomando iniciativas. Eu tenho uma grande recordação dela, porque na verdade eu fui a última pessoa a vê-la com vida. Ela morreu no Hospital Ernesto Dornelles, deixou uma tradição enorme nesta Cidade defendendo os animais. Nunca mais alguém conseguiu se igualar a ela. V. Ex.ª era criança, talvez um garoto.

 

O SR. ERVINO BESSON: Mas tenho muitas lembranças boas. V. Ex.ª, como um grande policial, com esse seu aparte testemunhou de viva voz o que representou a Pamira Gobbi na defesa dos nossos animais.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Ex.ª me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Aproveitando a sua intervenção importante, como também foi a do seu antecessor, quinta-feira, dia 21, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente estará realizando a primeira audiência deste ano, depois de seis realizadas no ano passado, para tratar justamente dos maus-tratos aos animais, o nosso objetivo é estabelecermos de uma vez por todas, uma política municipal em defesa dos animais, na quinta-feira, dia 21, às 19h, no Plenarinho desta Casa.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado, Ver. Beto Moesch. Vejo, aqui, os apartes dos nobres Vereadores, os quais também têm consciência voltada para que possamos, nesta Casa, como já disse, votar este Projeto o mais rapidamente possível, porque o que anda acontecendo em Porto Alegre é uma coisa que não podemos mais suportar, vendo a barbárie que anda acontecendo com os nossos animais, principalmente com os nossos cavalos aqui na cidade de Porto Alegre.

Eu vou retornar a esta tribuna para falar sobre um projeto do nobre colega e Ver. Pedro Américo Leal, a respeito da Comissão Permanente de Segurança Pública. Esse é um grande Projeto sobre o qual teremos de discutir e também analisá-lo com muita responsabilidade e profundidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu fiz questão de vir falar no período de Pauta - e agradeço ao Presidente por ter feito esta concessão, já que muitos outros Vereadores que estavam inscritos acabaram desistindo da fala -, para enfocar o Projeto que é apresentado pelo Ver. Nereu D’Avila, que disciplina a circulação de veículos de tração animal no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Acontece que, há muitos anos, nós apresentamos aqui nesta Casa, um projeto de lei. Este Projeto foi feito com um outro Vereador da Bancada do PT, naquela época, o Ver. Giovani Gregol, e nós trabalhamos juntos com as entidades que cuidam dos animais, e fizemos um projeto que agradou ao conjunto da sociedade, já que até hoje todos defendem a Lei que começou a existir depois que esta Casa aprovou o Projeto. O que falava o Projeto? O Projeto criava um perímetro no Centro da Cidade dentro do qual as carroças não podiam circular, porque nós acreditamos que numa Capital como Porto Alegre carroças não podem continuar trafegando juntamente com automóveis, e também nas regiões com maior tráfego acredito que as carroças não podem trafegar.

O Ver. Nereu D’Avila, eu sei que não repete essa proibição de tráfego no Centro. Mas o Ver. Nereu D’Avila, aqui, falando sobre o seu Projeto, fala de uma coisa importante: nós temos que proibir os maus-tratos aos animais. E eu vou votar favoravelmente à sua Lei, Ver. Nereu D’Avila, porque eu também coloquei naquele Projeto que foi transformado em lei a proibição aos maus-tratos aos animais, e aquele peso máximo que as carroças poderiam transportar nós também colocamos em nosso Projeto, dizendo que as carroças poderiam transportar um peso máximo, e repetimos aquilo que o Ver. Nereu D’Avila coloca agora em seu Projeto de Lei.

Sabe o que aconteceu? A Administração chamada Popular - e aqui está o Ver. Gerson Almeida que faz parte desta Administração - argüiu a inconstitucionalidade do Projeto de Lei, porque eu acredito que a Administração Popular acredita que seja inconstitucional proteger os animais.

E sabe, Ver. Nereu D’Avila, há algo que nós temos que restabelecer neste Município e que deve fazer parte do seu Projeto de Lei: nós não temos aqui no Município de Porto Alegre um local para onde se recolham animais ou carroças que sejam apanhadas em ilegalidade. Aliás, não tem mais. Existia no passado. Hoje, esta Administração chamada Popular desativou completamente o local para onde eram levadas essas carroças e esses animais. Então, Vereador, imagine só V. Ex.ª, que no cumprimento da legislação - e, aliás, é por isso que o PT não quer legislação e acha que é inconstitucional se proteger animais - se algum carroceiro for apanhado cometendo uma ilegalidade não há como punir. A carroça não tem para onde ser recolhida, o animal não tem para onde ser levado, porque não há cocheiras, não há as baias antigas, todas elas foram desativadas. Isso é uma vergonha para um Município como Porto Alegre! Ninguém fala nada. Eu ouço os meios de comunicação, que estão aí transbordando de dinheiro público - transbordando de dinheiro público -, e eu vejo só os meios de comunicação falarem de outros assuntos; fala-se em proteção a animais, mas ninguém sabe, por exemplo, que esses locais para onde esses animais eram recolhidos foram desativados. Para que eu quero meios de comunicação? Informar o quê? Informar o que interessa ao Partido do Governo? Só porque estão subsidiados com verbas públicas? Acho que é demais isso.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, enquanto a Prefeitura demoliu as instalações capazes de receber os animais abandonados ou que precisavam ser até retirados, ela estimulou, como em nenhum lugar do mundo. Porto Alegre é campeã. Essa é absoluta. Aumentou o número de carroças assim como...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Com certeza, Ver. João Antonio Dib. O Projeto do Ver. Nereu D’Avila é meritório, merece ser aprovado. Eu estou apenas dizendo ao Ver. Nereu D’Avila que eu acredito que nós precisaríamos colocar alguma coisa a mais dentro do Projeto, como, por exemplo, esse restabelecimento, em Porto Alegre, das baias, para que esses animais pudessem ser transportados para lá no caso de estarem doentes, no caso de terem problemas, para que o dono desse animal pudesse, depois de pagar a multa - é claro -, reaver o seu animal. Hoje é impossível se fazer isso. O PT quer apenas que as coisas continuem como estão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrado o período de Pauta.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o evento político-partidário ocorrido na cidade de Porto Alegre, e de resto no Estado, embora tenha as suas intimidades, é um ato partidário, permite que se analisem aspectos de conteúdo desse evento partidário, que foram as prévias do Partido dos Trabalhadores.

Entendo - e não me perfilio àquela corrente que interpreta que o governo terminou e que o PT derrotou o PT, absolutamente, não! Prefiro ficar na análise, para entender, para colocar, e aí diz à questão do ponto de vista externo, legitimando a análise em questões que dizem com o interesse de uma sigla partidária. Prefiro passar a entender que o PT julgou o seu administrador maior, o Governador do Estado. Não tenho dúvidas de que o desempenho precariíssimo, visível, aberto do Governo do Estado fez com que, inteligentemente, o PT escolhesse um substituto para concorrer ao Governo do Estado.

Então, Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, por um lado temos que louvar – não é uma decisão de conchavo, absolutamente não – uma decisão feita no interior da legitimidade, que são as urnas. Agora, expressa sim, inquestionavelmente, um juízo, uma decisão de que o próprio PT não está de acordo com a política feita pelo seu Governador. As questões referentes à segurança pública, a própria CPI, envolvendo a figura do Governador, fizeram com que o próprio PT julgasse e desse a sua opinião, e o fez dentro da legitimidade que o processo democrático permite. É da democracia! Mas não podemos esconder, não podemos pôr embaixo da mesa, embaixo da toalha que o próprio PT decidiu, o próprio PT entende que a Administração do Estado deixa muito a desejar, e por isso colocou uma alternativa à sociedade que não o seu próprio Governo Estadual, que, a juízo da sociedade e para o PT - também para o PT, não só para a sociedade -, estão aí as mostras, os dados, as estatísticas, as informações, dizendo que o Governo tem um péssimo desempenho. Esse péssimo desempenho, na compreensão da sociedade, também tem o PT. Tanto é verdade, que buscou uma alternativa de sobrevivência, sim. E é legítima. É bom que se coloque, também: o PT pretende sobreviver, na figura da alternativa, algo que ele tinha de antemão, face o conjunto de informações e pesquisas, da derrota inexorável do seu candidato à reeleição. Então, ele, inteligentemente - e tem legitimidade – coloca uma alternativa para salvar o seu projeto.

Nós do PTB, este Vereador e o Ver. Cassiá Carpes, entendemos que houve uma decisão política; não é um jogo, algo sem organização, não! Absolutamente, não, é uma decisão política: busca-se uma alternativa diante da derrota que se dará; então, se oferece uma alternativa, no sentido de sobreviver. Evidentemente que tem os seus aspectos internos que devem ser guardados e não cabe a Partido nenhum interferir. Agora, há uma resultante desse evento importante no País, importante no Estado do Rio Grande do Sul a essa evidência, de que o juízo expendido pelo próprio PT é o mesmo juízo da sociedade: é péssima a Administração do atual Governador do Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para fazer uma comunicação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, desejo fazer uma comunicação. Leio: (Ofício nº 442/2002–Co, Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor.)

“Em atenção à representação protocolizada nesta Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor...” - 14 Vereadores fizeram isso – “relativa ao aumento abusivo do reajuste da tarifa mensal d’água praticada pelo DMAE, comunico a V. S.ª que, em 15 de março de 2002, foi ajuizada a ação civil pública junto a 1.ª Vara da Fazenda Pública, 2.º Juizado, cujo processo foi registrado sob n.º 109480716.

Sem mais, na oportunidade envio as minhas cordiais saudações.

Sr. Rossano Biazus, Promotor de Justiça.”

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. João Antonio Dib, anti-regimentalmente, nós recebemos a comunicação de V. Ex.ª.

Há uma deliberação das Lideranças no sentido de que, antes de entrarmos na Ordem do Dia, os trabalhos sejam suspensos para que as Lideranças se reúnam no Salão Nobre da Presidência para deliberarmos sobre as Emendas ao Projeto das ERBs.

O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, esse processo de disputa interna do PT, extremamente salutar para o processo democrático, faz com que, obrigatoriamente, façamos algumas reflexões. A primeira sobre a rejeição interna ao Governo do Estado, isso é uma constatação, quando majoritariamente o seu Partido escolhe um outro projeto de alternativa de Governo através do Prefeito Tarso Genro, publicamente declarando que o até então realizado pelo Governador Olívio foi rejeitado pelo próprio Partido. Nós somos da Câmara de Vereadores da cidade de Porto Alegre, temos de fazer uma reflexão sobre essa decisão. Todos nós Vereadores conhecemos diversos eleitores de Porto Alegre que disseram que votaram na última eleição no Tarso. Eles diziam: “Eu votei no Tarso, não votei no PT”. Isso nós ouvimos repetidamente: “Votei em ti para Vereador, mas votei no Tarso, porque Tarso é diferente. Votei no Tarso.” E o Tarso, hoje, é candidato do seu Partido a Governo do Estado, abrindo mão de quase 70% do seu mandato. A população de Porto Alegre votou no Tarso. E ela mesma disse: “Eu não votei no projeto de Governo do PT, eu votei no Tarso.” Grande parte da população: “Eu não estou votando num projeto político do seu Partido, eu votei na figura, na pessoa do Prefeito Tarso Genro.” Essas pessoas, hoje, estão absolutamente frustradas. Não que o Vice-Prefeito João Verle, nosso querido ex-companheiro da Câmara de Vereadores, não tenha condições de desenvolver um projeto político, se de fato existir, mas aquelas pessoas que votaram no Tarso ficam frustradas, enganadas, ludibriadas em 70% do mandato, porque criaram uma expectativa de que, ao longo dos quatro anos, Porto Alegre poderia ser governada pelo Sr. Tarso Genro. Além dessa expectativa, criou-se essa sua participação, que estariam votando no Tarso e ele estaria administrando a Cidade de Porto Alegre. Mas o Prefeito Tarso optou por não administrar 70% do seu mandato como Prefeito de Porto Alegre, numa opção legítima; optou em disputar internamente a possibilidade de ser candidato a Governo do Estado. Só que para ser candidato a Governo do Estado, vai ter de renunciar a essa opção da população de Porto Alegre. O Prefeito Tarso escolheu participar, dia 6 de outubro, de um processo eleitoral, em que poderá ganhar ou poderá não ganhar. Se não ganhar, toda aquela frustração, toda aquela promessa, tudo aquilo que se dizia, que ele governaria a cidade de Porto Alegre por quatro anos, foi absolutamente alterado por uma decisão, por um interesse pessoal e por um interesse maior. Eu dizia que é um direito absoluto e legítimo disputar o Governo do Estado, mas fico pensando naquelas pessoas que escolheram votar no Tarso, o quanto estão, hoje, se sentindo frustradas, enganadas ao constatarem que a escolha do Prefeito Tarso não era por Porto Alegre. Precisava ser Prefeito de Porto Alegre por um ano e três, quatro meses, para poder ser pré-candidato ao Governo do Estado. Não seria ele, no processo da disputa interna a ser realizado em março, candidato na disputa com Olívio, se não fosse eleito Prefeito de Porto Alegre em 2000. Ele precisava passar por esse processo, ele precisava vencer, usar Porto Alegre como um trampolim para se habilitar, para que ele pudesse ser candidato ao Governo do Estado.

Fico triste por Porto Alegre, lamento por aquelas pessoas que acreditaram que ele cumpriria o seu mandato, lamento por aqueles que entendiam que o Tarso Genro, de fato, seria uma alternativa boa para governar a cidade de Porto Alegre por quatro anos. Lamento, porque essas pessoas hoje podem estar pensando: será que o Tarso Genro, de fato, não se utilizou da eleição de outubro de 2000 para que Porto Alegre fosse um trampolim, para que chegasse ao Governo do Estado? Será que o Tarso Genro seria pré-candidato do seu Partido se não tivesse participado do processo eleitoral em 2000? Essa reflexão nós temos de fazer, porque Porto Alegre pelo tempo de 70 a 75% do período do seu mandato vai ser governada por uma pessoa que ninguém escolheu, em quem ninguém votou, que ninguém, talvez nem se lembre que participou do processo eleitoral, porque lá no processo eleitoral não era discussão o nome do João Verle, lá no processo eleitoral o candidato era o Prefeito Tarso Genro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente gostaria de pedir um minuto de silêncio pela morte do Desembargador aposentado Montaury dos Santos Martins, que, além de Desembargador, lecionou, também, na Escola Superior da Magistratura da AJURIS, e que teve uma destacada atuação no meio jurídico aqui na cidade de Porto Alegre e em todo o Estado do Rio Grande do Sul.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Deferimos de plano o Requerimento do Ver. Beto Moesch e faremos neste instante um minuto de silêncio.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na realidade, sobre a prévia, como instrumento praticado pelo PT, nada temos a registrar, apenas queremos saudar o exercício da prévia como um instrumento legítimo de consulta democrática auxiliar. Apesar de algumas divergências internas, que foram levadas a público, como o fato do Subchefe da Casa Civil, que declarou numa emissora de rádio, na noite de ontem, que lamentava as práticas adotadas pelo seu colega de Partido, o Prefeito de Gravataí - esta é uma questão interna, e não vou sobre ela emitir qualquer juízo -, dizia que não esperava que o seu Partido chegasse ao ponto a que chegou na cidade de Gravataí, com as práticas adotadas.

Mas não é esse o debate que quero trazer à discussão. O que é importante salientar é que ficou marcado, na decisão, na deliberação dos filiados do PT, no dia de ontem, é uma reprovação ao projeto político, de desenvolvimento econômico, social, do atual Partido que está no Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Se estivesse aprovado, o Sr. Olívio Dutra sairia vencedor desta prévia. E visualizaram sob a ótica do pragmatismo, procurando trazer à sociedade uma imagem, um julgamento que não seja o Governo de Olívio Dutra. No momento em que os militantes do PT rejeitaram Olívio Dutra, por maioria, e indicaram Tarso Genro, o fizeram na consciência de que o Governo Olívio Dutra foi rejeitado, inclusive dentro do seu próprio Partido. No mínimo, a consciência da militância do PT, dos seus filiados, de que Olívio Dutra não representou as aspirações da população rio-grandense à frente do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, e que seu projeto não respondeu às aspirações e às promessas de campanha. Essa é uma questão que gostaríamos de deixar registrada.

A segunda questão é aquela que foi mencionada aqui, com propriedade, pelo Ver. Fernando Záchia, Líder da Bancada do PMDB nesta Casa: as eleições para Perfeito em Porto Alegre representaram apenas um trampolim político para as aspirações do projeto político do Sr. Tarso Genro. Aqui foi dito que, quando votaram nas eleições para Prefeito, no ano retrasado, votaram na figura de Tarso Genro, e, no entanto, Tarso Genro, por várias vezes, como disse o meu colega de Bancada, Ver. Ervino Besson, tinha assumido um compromisso com a sociedade porto-alegrense de cumprir quatro anos de mandato à frente da Prefeitura de Porto Alegre. O Ver. Fernando Záchia disse que ele não cumpriu 70%, mas ele não cumpriu 75%. Cumpriu o ano passado e cumpriu já sem muita vontade, sem muita disposição, não teve ânimo, não teve determinação e disposição. Por isso as dificuldades, os atrasos nas obras na Cidade de Porto Alegre, porque tudo estava direcionado para a sua indicação, para a sua aspiração à sucessão do Governador Olívio Dutra.

Por isso nós registramos e lamentamos isso do ponto de vista político; lamentamos que apenas ¼ do mandato do Sr. tarso Genro tenha sido desenvolvido por ele próprio, porque, de resto, nesses meses, ele estava à frente da sua campanha na prévia, e Porto Alegre terá um Prefeito, a partir do dia 5 de abril, que não foi eleito, embora constitucionalmente a previsão é de o Vice-Prefeito concluir o mandato. Mas três anos para um Prefeito que não foi escolhido é um desrespeito à vontade da população porto-alegrense que elegeu um outro Prefeito para dirigi-la. Quem sabe houvesse coerência e se pensasse em renúncia então do Prefeito e do Vice-Prefeito para que Porto Alegre tivesse novamente uma eleição para a escolha do seu Prefeito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é com enorme satisfação que a nosso Partido, ontem, realizou um encontro estadual com o nome de prévias, voto direto de todos os seus filiados e militantes para definir qual das duas grandes figuras que compõem o elenco de dirigentes do nosso Partido para concorrer às eleições de 2002 ao Governo do Estado. Desafio qualquer um dos partidos que façam semelhante processo para a escolha dos seus candidatos. Trinta e seis mil filiados participaram e tiveram que definir entre a figura do companheiro e estimado Governador Olívio Dutra e do companheiro Prefeito Tarso Genro.

Esse assunto tem sido trazido à discussão por vários enfoques, alguns respeitosos, cito o caso do Ver. Elói Guimarães que fez uma análise; outros, não.

Porto Alegre, quando elegeu Tarso Genro, e aí está o erro de compreensão política e está, talvez, a matriz das permanentes impossibilidades de sucesso dos partidos que se opõem ao Governo aqui em Porto Alegre, é porque eles não entenderam a gênese, a natureza do processo de relação do nosso Partido, do nosso Governo com a sociedade. Não está em cima de uma figura, nunca esteve. Tarso é uma grande figura; Olívio é uma grande figura, mas o que os distingue é a sua singularidade, é o processo e o projeto pelo qual o Partido constitui a sua relação social. No Estado, é o Orçamento Participativo decorrente do Orçamento Participativo em Porto Alegre.

Ontem, o que fez o PT foi a confirmação do seu projeto. A confirmação de que vamos reeleger um projeto no Rio Grande do Sul para implementar, aprofundar e qualificar aquilo que está sendo feito pelo melhor Governo que já aconteceu neste Estado nos últimos dezesseis anos! Repito, o melhor Governo que já ocorreu neste Estado nesses últimos dezesseis anos e que, por suas virtudes e qualidades, tem cerco político. Tanto é verdade que o PDT, vendo essa excelência, apoiou o Governo, depois teve rusgas na eleição municipal e se afastou. O PDT apoiou, porque entende as características democráticas populares deles e é prisioneiro dessa tensão. Voltará ser prisioneiro em breve tempo e será bem-vindo a construir, sim, o processo aqui.

Porto Alegre não está triste, ao contrário; eu ando pelas ruas e ouço as vozes da Cidade que querem o PT novamente reeleito e dizem o seguinte: “Nós queremos votar no PT para o Governo do Estado.” Depois das prévias, podem ter certeza, Porto Alegre vai dizer mais: “Nós temos o Prefeito de Porto Alegre, queremos o Prefeito para Governador.” Vão votar maciçamente, porque sabem o Prefeito que têm, sabem que esse projeto não é personificado e sabem mais, que a presença do atual Prefeito no Governo, assim como foi a presença e é a presença do nosso Governador, significará, sim, o aprofundamento do programa em Porto Alegre e das vantagens políticas que isso traz para a Cidade com respeito ao Orçamento Participativo e ao conjunto das cidades do interior do Estado.

Onde está o mérito da discussão feita pela oposição? O mérito da discussão feita pela oposição é que eles encontram dificuldade de atacar de forma substantiva e densa o nosso projeto e agora, com a presença de Tarso Genro, percebem, inclusive, a sua impossibilidade, talvez, eleitoral. Eu tenho o convencimento que a candidatura do PT vai ampliar e soldar largo leque de aliança social e partidária para reeleger o nosso projeto. Eis aí a questão! E ao perceber isso, a oposição tirou o mérito. O mérito está aí; nós temos um partido; nós temos base social e temos agora um candidato, que está apto para fazer o debate.

Nós temos um governo com densidade e conteúdo para sustentar, em qualquer campo, o debate e apresentar-se vitorioso pelo o que nós somos e representamos pelos dezesseis anos de Porto Alegre. Portanto, Verle, nosso Prefeito, é a continuidade, sim, e o aprofundamento do processo, porque não significou nunca a figura do Tarso tão-somente. Verle é tão projeto como nós. O Prefeito Verle, quando tomar posse, não só incorporará todas as qualidades do nosso processo, como incorporará suas virtudes pessoais de homem digno, de homem que conhece a estrutura pública e com as responsabilidades que terá para conduzir, bem sucedido, este Governo e, assim, irmos para o 5.º mandato em 2004, disputando com a oposição, novamente, em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Estilac Xavier, Líder da bancada petista, eu tenho uma admiração pessoal por V. Ex.ª, porque V. Ex.ª tem sido um cavalheiro no tratamento das relações com as outras Bancadas neste Plenário e eu seria um dos Vereadores que defenderia V. Ex.ª de todas as acusações que o Chefe da Casa Civil Sr. Flávio Koutzii fez a V. Ex.ª, porque não concordo com nenhuma delas.

Mas eu gostaria que V. Ex.ª dissesse para esta sociedade em quais ruas V. Ex.ª anda que ouve das pessoas este clamor de que querem que o PT continue a governar o Rio Grande do Sul ou Porto Alegre. V. Ex.ª, certamente, não está andando nas ruas de Porto Alegre, talvez nas ruas da “Cidade Viva”. E deveria, porque V. Ex.ª é Vereador de Porto Alegre. Talvez, V. Ex.ª esteja andando por uma cidade virtual e, nesta cidade virtual, talvez, aquelas pessoas, que também são virtuais, possam realmente estar pedindo a continuidade deste Governo. Mas eu não posso acreditar que as pessoas queiram que o Governador deste Estado seja alguém que prometeu, para ser Prefeito da Cidade, que iria retirar as crianças pobres das ruas. E, de repente, quando se elegeu, imediatamente, transformou esse discurso, dizendo: “Não, eu não vou deixar nenhuma criança pobre fora de um programa”. E aí, fez alguns programas para enquadrar todas as crianças, mas as crianças pobres continuam nas ruas desta Cidade, passando fome, passando necessidade e sem nenhum programa para que elas sejam recuperadas!

Eu não acredito que o povo deste Estado queira como seu Governador alguém que, há algum tempo, quando municipalizou a saúde, disse que, no prazo de um ano, a saúde do povo gaúcho estaria completamente bem administrada. E, hoje, nós sabemos que chegam para Porto Alegre, em verbas federais, cerca de 30 milhões mensais. Trinta milhões mensais! Além daquilo que é arrecadado aqui em recursos próprios dentro deste Município. E eu ouvi aqui, sexta-feira, o Dr. Paulo Argollo, que é do Sindicato Médico, fazer uma denúncia extremamente grave nesta área da saúde, dizendo que aquelas pessoas mais carentes, que precisam de medicamentos para não entrar em surto, como é o caso, por exemplo, daqueles que têm problemas psiquiátricos, que essas pessoas chegam nos Postos de Saúde e não encontram os medicamentos básicos para que eles possam se manter. É esta pessoa que nós queremos que governe o Rio Grande do Sul? Ou será que as pessoas do Rio Grande do Sul não conhecem Porto Alegre e não sabem dos problemas que nós vivemos aqui, que não são resolvidos ao longo do tempo? Já com uma série de administrações petistas, nós temos os problemas absolutamente iguais.

Ver. Haroldo de Souza, V. Ex.ª que é um top em matéria de narração esportiva, um homem que é reconhecido por toda a nossa sociedade como realmente um dos maiores profissionais da imprensa esportiva, V. Ex.ª acredita que, ali perto do Beira-Rio, foram gastos alguns milhares de reais para se consertar aquele problema dos alagamentos na Av. Padre Cacique? E V. Ex.ª sabe que, na primeira chuva que veio, os alagamentos, ao invés de diminuírem, eles aumentaram, e que muitas pessoas ficaram ali sem poder trafegar, e, até agora, eu não vi nenhum Vereador e ninguém da Administração dar explicação por que se gastou tanto dinheiro com uma empresa? E quem é essa empresa e como ela foi escolhida para fazer uma obra que não resolveu o problema de nenhum ponto de alagamento, Ver. Pedro Américo Leal. Mas que incompetência! Que incapacidade! E essas pessoas querem continuar administrando Porto Alegre; querem continuar administrando o Rio Grande do Sul. E agora eu ouvi, do Líder da bancada petista, que o administrador de Porto Alegre, que vai seguir a administração do Tarso Genro, é o Dr. João Verle. Eu quero dizer que o Dr. João Verle é o mesmo que, na primeira Administração petista, disse que os funcionários públicos municipais ganhavam demais, que tinha que limitar, porque aqui haviam marajás. Aí quando saiu a primeira lista de marajás no Estado, quem estava lá como marajá do Tribunal de Contas? O Vice-Prefeito que vai agora ser o administrador de Porto Alegre. E não sou quem estou falando, os jornais divulgaram fartamente essas informações, que eu apenas as repito aqui desta tribuna. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria que o nobre Ver. Luiz Braz retirasse das notas taquigráficas expressão que diz respeito ao Vice-Prefeito da nossa Cidade, ou modificasse. “Esse mesmo” é o Vice-Prefeito da nossa Cidade e merece o respeito, como nós temos respeitado em termos de parceria. Penso que seria de bom tom modificar o termo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereador Presidente, eu aceito o Requerimento e pode mudar para qualquer termo: soberano, excelência, qualquer termo que a Ver.ª Maristela Maffei quiser empregar para dar o tratamento ao mandatário do seu Partido.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pela cobertura que deu a mídia, uma cobertura tão grande que, inclusive, fez com que o Ver. Luiz Braz se preocupasse em analisar os investimentos para a área de publicidade neste Estado nos últimos tempos, e, pela intervenção do Ver. Estilac Xavier, que dá a impressão de que as eleições do Rio Grande do Sul já aconteceram, eu quero lembrar ao Vereador que as eleições que elegerão o Governador do Estado do Rio Grande do Sul serão em 6 de outubro, e quem decide quem vai ser o Governador deste Estado é o povo do Rio Grande do Sul. O que houve foi nada mais do que uma disputa interna, pública entre dois candidatos do partido governista desta Casa.

A segunda coisa que V. Ex.ª expressou desta tribuna é que a oposição não tinha argumentos para processar as críticas. Se fôssemos repetir aqui as críticas surgidas desse processo, elas já seriam suficientes como, por exemplo, as denúncias de Tarso contra o Governador Olívio que expulsou a Ford, dita pelo Prefeito do PT, as críticas feitas pelo Tarso contra o Olívio na sua insatisfatória relação com a comunidade, nas críticas feitas pelo Tarso contra o Olívio quanto a sua absurda política de insegurança ou, talvez, o contrário. O nosso trabalho seria apenas repetir aqui as críticas feitas pelo Olívio em relação ao Tarso e dos seus assessores, chamando, inclusive, esse processo da eleição de “roseanização”, uma terminologia usada para criticar o abuso econômico, do uso dos recursos nessa prévia, ou nada mais do que repetir aqui as críticas feitas pelo grupo do Tarso ao Olívio, lembrando aos eleitores do Rio Grande do Sul que o Tarso mentiu ao povo porto-alegrense quando, repetidamente, para garantir os votos dos seus eleitores, para se eleger Prefeito de Porto Alegre, dizia todos os dias nos programas eleitorais que não seria candidato a Governador. Mentia quando era questionado. Mentia. Dizia que cumpriria seu mandato até o final. E acho muito importante o Ver. Estilac Xavier, Líder governista nesta Casa, dizendo por várias e repetidas vezes o nome do Vice-Prefeito. Porque, quando pergunto à população de Porto Alegre se sabem o nome do Vice-Prefeito desta Cidade, pouca gente sabe. O Tarso se elegeu, porque as pessoas votaram nele para que administrasse por quatro anos esta Cidade e não num desconhecido, cujo nome não constava da chapa e que vai administrar 75% do mandato – um mandato para o qual o povo não escolheu.

Dentro dessa ótica, de falar dessa mentira do Tarso, do estelionato político que foi essa eleição de Porto Alegre, já que ele disse uma coisa e fez outra, eu acho importante nessa eleição, e talvez a única coisa importante, que fará com que o povo de Porto Alegre lucre, é que, com o licenciamento do Prefeito Tarso Genro, enfim, esta Cidade terá um Prefeito. O que temos visto aqui é um Prefeito que aparece todos os dias na mídia, mas não para falar da ausência do distrito industrial da Restinga, não para falar do crescimento da miséria e da exclusão social apontada pelo IBGE, não para falar da expulsão das populações das áreas de risco e das subabitações de Porto Alegre. Não temos visto o Prefeito de Porto Alegre ocupar os seus dias na defesa de uma política educacional que garanta que as crianças aprendam a ler e escrever nas escolas. Todos os dias vemos aqui na mídia do Rio Grande do Sul o Sr. Tarso Genro ocupado na defesa política, eleitoral da sua disputa interna do seu Partido e dos seus interesses pessoais e partidários. Esta Cidade está absolutamente sem comando. Será que agora, finalmente, esse Vice-Prefeito a quem V. Ex.ª, Ver. Estilac Xavier, fez tantas vezes a gentileza de frisar o nome, vai administrar Porto Alegre? Talvez esse seja o único benefício que o povo de Porto Alegre terá nesse processo – enfim, um Prefeito. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PC do B queríamos parabenizar o PT, Partido irmão, pela realização da prévia, um espetáculo democrático, só os que não desejam a democracia podem ver isso como algo negativo. Entendemos que o resultado dessa prévia prestigiou essas duas lideranças do nosso Estado, o Governador Olívio Dutra e o Prefeito Tarso Genro, que, por uma pequena diferença, creio que não chegou a 2%, demonstraram ser grandes lideranças internas do seu Partido e saíram engrandecidos. No entender do PC do B não houve derrotados, quem venceu foi o projeto da Frente Popular, porque a Frente Popular não são pessoas, não são indivíduos, é um projeto de busca de transformação do nosso País. O PC do B, desde o início do processo da prévia, manifestou a sua opinião de que o melhor seria, em vez da prévia, a busca de um consenso possível para evitar qualquer ferida nesse processo, que se construísse uma chapa e um governo plural, independente da prévia, mas respeitou a decisão do Partido dos Trabalhadores em realizar essa prévia.

O PC do B entende, ao contrário das bancadas oposicionistas desta Cidade e situacionistas, em relação ao projeto de liquidação do País, o projeto neoliberal de Fernando Henrique, que o Governo Olívio tem grandes realizações a apresentar para o nosso povo, é um Governo que honrou os seus compromissos, um Governo que não entregou as estatais, como o governo que saiu antes do Governo Olívio, e o Governo Olívio está aí com a CORSAN seguindo o seu trabalho, com o BANRISUL, com a CEEE, um Governo que não demitiu, como o Governo Britto, apoiado, por exemplo, pelo PFL, que demitiu mais de sete mil funcionários, mas, ao contrário, o Governo Olívio admitiu, via concurso, mais de trinta mil, Ver. Luiz Braz, sendo que, desses, vinte mil são professores. O Governo Olívio conseguiu a maior safra agrícola da história do Rio Grande do Sul. O Governo Olívio levou este Estado a um crescimento industrial de 8,8%, o maior do País, enquanto isso a Bahia, do Antônio Carlos Magalhães, a Bahia que levou a preço de ouro a Ford, está hoje vivendo crescimentos minguadíssimos. Enquanto isso, o Governo do PSDB em São Paulo é um Governo enterrado na pior crise de segurança que São Paulo conheceu. Aqui o Governo Olívio realizou quatro mil assentamentos e, como eu disse outro dia, desta tribuna, investiu em habitação onze vezes mais do que o Governo Britto. É um Governo que está realizando uma transformação na matriz energética.

Então não foi julgado o Governo Olívio, o qual será julgado nas urnas pelo povo com uma nova grande vitória. É isso que faz tremer a oposição desta Cidade, que vem chorar lágrimas de crocodilo porque o Prefeito Tarso será candidato. Que Cidade não se orgulha de ter o seu Prefeito como Governador? Ou que cidade ou Estado não se orgulham se o seu Governador ou o seu Prefeito saírem para ser o Presidente da República? O povo de Porto Alegre é um povo consciente que não vai atrás dessa demagogia. O povo de Porto Alegre votou conscientemente num Prefeito e em um Vice-Prefeito, e os mesmos partidos disseram: “Não, ele não vai fazer todo o Governo”, e o povo votou no Prefeito e no Vice-Prefeito, e o Vice-Prefeito João Verle é um Vice-Prefeito legítimo, que, certamente, dará seguimento ao projeto da Frente Popular. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Solicito que o Ver. Raul Carrion e o Ver. João Bosco Vaz, por favor, Srs. Vereadores, estamos em Plenário, eu solicito tranqüilidade para que nós possamos prosseguir com esta Sessão.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, o Ver. Sebastião Melo e eu queremos saber se V. Ex.ª tem condições de informar a situação em que se encontra o Projeto de Decreto Legislativo nº 001/02, que torna sem efeito o Decreto do Prefeito realinhando tarifas. Ao mesmo tempo, solicito a V. Ex.ª que a Sessão seja suspensa para que as Lideranças se reúnam com a comunidade e decidam sobre as emendas que deverão ser votadas em seguida.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. João Antonio Dib, em relação a sua primeira indagação, informarei quando retornarmos aos trabalhos. Quero informar, antes de suspender os trabalhos, que a Emenda n.º 11 aposta ao PLE n.º 034/01, que faz parte da relação que foi distribuída, foi arquivada por ter obtido um parecer conjunto de todas as Comissões pela rejeição. Então, por favor, essa Emenda não está em discussão. Ela foi já devidamente arquivada.

Suspenderemos os trabalhos da presente Sessão a fim de que seja feita uma reunião com os Srs. Líderes, representantes da comunidade, representantes da FEDERASUL, da Universidade, para que possamos fazer uma reflexão sobre as emendas ao Projeto n.º 034/01, que se encontra em votação neste Plenário. A reunião será no Salão Nobre da Presidência.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h31min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 18h58min): Estão reabertos os trabalhos.

Os Srs. Vereadores permanecem reunidos com as diversas Lideranças. Visivelmente não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h59min.)

 

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